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Cinema



Volta às origens

As novas gerações, e eu me incluo nesse grupo, ao pensarem em Sam Raimi logo o associam a até então trilogia do Homem Aranha (que por sinal, derrapou com o fracasso do terceiro filme). Porém, esse diretor não pode ser rotulado apenas pela franquia do aracnídeo, pois o início da sua carreira foi marcado pela realização de filmes de terror trash, como A Morte do Demônio e Uma Noite Alucinante. E é justamente com o seu Arraste-me para o Inferno, estreia da Rede Telecine no sábado 18 de julho, que Raimi volta aos velhos tempos de muito sangue e humor.

Sua mais recente produção, escrita pelo próprio diretor e seu irmão Ivan, conta a história da analista de crédito Christine Brown (Alison Lohman) buscando impressionar seu chefe para ganhar uma promoção, nega um empréstimo a uma velha cigana (Lorna Raver), que sentindo-se desonrada, lança como uma maldição sobre a garota o tormento de um espírito maligno, que pode em três dias levá-la a um destino terrível.

Antes de qualquer coisa, não se pode esperar nada além de pura diversão dessa obra. O próprio Sam Raimi parece brincar com o gênero terror ao abusar propositadamente de alguns clichês desse tipo de filme: os sustos de uma trilha sonora potencializada e o rotineiro cenário de um cemitério com forte chuva e relâmpagos, por exemplo. Mas, não pense que toda essa brincadeira é feita de forma amadora e sem talento, pelo contrário, o diretor usa muito bem a câmera ao realizar cortes rápidos e zooms, digamos assim, nem um pouco agradáveis (reparem nas várias cenas em que a boca da protagonista recebe as mais nojentas substâncias).

A natureza trash do filme de terror está muito bem representada pela combinação entre sangue, risadas e nojo. São vários os momentos que podem levar ao espectador as mais diferentes sensações: os sustos eficientes das aparições repentinas do demônio e claro toda aquela atmosfera de tensão e choques que assusta os distraídos; a sensação de exagero deixada, por exemplo, pela luta entre Christine e a cigana no carro e pela cena de sangramento em litros de sangue do nariz da protagonista; a repugnância transmitida por todo tipo de substância nojenta que se espalha por todos os cantos do filme; e claro o bom humor negro, seja pelo exagero dos efeitos digitais principiantes e elementos absurdos como uma bigorna (vejam o filme e riem com o absurdo que é uma bigorna entre os componentes do cenário!).

As atuações também são um ponto forte de Arraste-me para o Inferno. Alison Lohman cumpre bem o seu papel de protagonista frágil que grita a plenos pulmões e sofre com o seu momento assustador, mas quando precisa tenta superar tudo isso com muita superação e Lorna Raver interpretando um ser nojento e repulsivo, mas com pitadas de humor. Além disso, temos um elenco de apoio competente composto por Justin Long, Dileep Rao e Adriana Barraza.

É verdade que esse filme não apresenta grandes surpresas e inovações no roteiro, com até algumas tentativas de reviravolta, de certa maneira, previsíveis. Porém, é preciso se lembrar que esse não é o objetivo da produção, na verdade, ela busca ser um passatempo divertido e eficiente nesse sentido. Então, se você comprar a ideia de uma brincadeira sádica, bem humorada e nojenta, vai ter uma hora e meia de pura diversão.

Nota: 8

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