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Este blog é para todos aqueles que quiserem compartilhar boas formas de lazer e entretenimento, desde cinema e séries até quadrinhos e esportes. Sugestões serão sempre bem-vindas e incentivadas.

Os olhos que não dormem



O futuro é uma boa forma de expressarmos nosso estado de espírito. Pensar e imaginar o amanhã sempre foi o meio que encontramos para materializar os medos, expectativas e incertezas que vivemos no presente, não deixando também de ser um ideal que queremos alcançar ou um inferno que gostaríamos de evitar. Acima de tudo, eu acho que o futuro que escolhemos “prever” está nas nossas cabeças.

George Orwell pode não ter sido um oráculo de Delfos, mas o futuro que ele criou nos dizia muito mais sobre o seu presente do que se poderia esperar. 1984 é o ano e o título do livro onde se passa a história de Winston Smith. Num mundo onde o Socialismo está cada vez mais expandido e distorcido, a Oceânia (equivalente a nossa Inglaterra) existe sobre o controle total do Grande Irmão e de seu Partido. Winston não tem outra escolha senão ser mais uma das engrenagens dessa sociedade, onde pensar e sentir são os piores pecados que se pode cometer. Mas a sua história é a de alguém que silenciosamente luta contra esse terror e ele vai tentar recuperar sua vida e humanidade da maneira que puder, seja através de um caso de amor sem esperanças ou fazendo parte de uma revolução que talvez nem exista. Porém, não lhe resta muito além de esperança para fazer isso. Afinal existe um fato do qual não se pode escapar : “o Grande Irmão está de olho em você.”

É muito difícil pensar em 1984 sem notar o momento e por quem ele foi escrito. George Orwell foi testemunha participante de um momento em que as ideias em que ele acreditava sincera e intensamente estavam sendo completamente desvirtuadas. Como um socialista auto-proclamado dissidente, nada mais desesperador para ele do que ver suas crenças se manifestarem nos horrores do stalinismo e nas contradições do Partido Trabalhista Britânico. Projetando isso algumas décadas no futuro, no ano de 1984, temos uma mostra da grande desilusão do autor com o rumo de que sua época estava tomando.

Se a obra de Orwell é chamada de clássico moderno, não é por ser uma espécie de premonição na forma de livro. Mesmo sendo um trabalho de ficção, existe muita sensibilidade e honestidade da parte do autor, que nos diz muito sobre si mesmo através dos personagens e da narrativa. Além disso, só por ser um livro ainda tão fortemente vivo e presente na cultura de hoje demonstra que não somos completamente indiferentes aos medos e pensamentos do autor. Na verdade, dá até para dizer que compartilhamos alguns deles.

A maneira como a influência de 1984 ainda é sentida pode ser vista nos termos e expressões do livro que passaram a fazer parte, direta ou indiretamente, do dia-a-dia das pessoas. A ideia de duplipensamento (a contradição consciente) e o Grande Irmão (Big Brother) estão jogados no cotidiano das mais diversas formas: em reality shows, filmes, quadrinhos e conversas de bar. Não existe maior exemplo desse alcance do que no sucesso estrondoso do primeiro Matrix, que dentre muitas coisas se baseia muito nos conceitos de 1984, produzindo discussões e debates que só servem para provar o quanto o livro é atual e relevante.

Justamente por essa longevidade que o trabalho de Orwell pode tranquilamente (e com muitas recomendações) ser lido hoje ou amanhã. Se você quer uma excelente história, muito bem contada e construída, ou uma reflexão mais profunda sobre o tempo em que o autor viveu, o Grande Irmão te entrega essas duas coisas, sem nem precisar piscar.


1984, de George Orwell, pode ser encontrado em livrarias numa edição da Companhia das Letras. Esse texto foi baseado no posfácio de Thomas Pynchon, da mesma edição, para ser escrito.

And the EMMY goes to...



Enquanto eu assistia a entrega dos EMMY na noite de 29 de agosto, uma coisa não saía da minha cabeça: tentar acertar os vencedores nas principais categorias com meus palpites foi realmante uma decepção, pois meu aproveitamento de acertos foi bem fraco (10 chutes e 2 corretos). Resumindo, tentar prever o que acontecerá nessa premiação é uma tarefa e tanto.

Meus dois acertos foram com Bryan Cranston ganhando melhor ator em drama, o que foi bem merecido, pois assisto Breaking Bad e ele simplesmente dá um show. E também acertei Jane Lynch faturando melhor atriz coadjuvante em comédia.

As outras categorias vão indicando algumas possíveis tendências: Modern Family vem sendo muita elogiada e parece começar a criar uma certa era de dominação, como 30 Rock já fez, graças a suas estatuetas de roteiro para comédia, ator coadjuvante em comédia para Eric Stonestreet e série cômica. Outra dessa tendência seria o contínuo predomínio de Mad Men em categorias drámaticas, uma vez esse seriado levou melhor série dramático e roteiro drama.

No quesito de atuações femininas Archie Panjabi conseguiu superar concorrentes, teoricamente com mais chances de receber o prêmio como Elisabeth Moss de Mad Men e Rose Byrne de Damages, e levou melhor atriz drama. Kyra Sedgwick pode ter sido uma das surpresas dessa edição ao bater Julianna Margulies de The Good Wife e Glenn Close de Damages. E Edie Falco fez história ao ganhar melhor atriz comédia, a primeira mulher a faturar prêmios de atuação em drama e comédia.

No genêro masculino tivemos algumas, de certa maneira, surpresas. Aaron Paul de Breaking Bad, muito bem por sinal, desbancou titãs dos seriados como Terry O' Quinn e Michael Emerson de Lost. Talvez a maior surpresa foi Jim Parsons de The Big Bang Theory ter sido anunciado melhor ator de comédia no lugar de Steve Carrel e principalmente de Alec Baldwin. Surpresa agradáveis, diga-se de passagem.

O que também merece destaque é o que parece ser a crise de 30 Rock. Nenhum prêmio conquistado durante a cerimônia e para piorar baixos índices de audiência e a possibilidade cada vez mais iminente de cancelamento. Pode ser o resultado de uma série que nunca caiu nas graças do povo e só se mantinha pela boa receptividade da crítica. Parece que até esta última está chegando ao fim.

O ponto negativo da apresentação parece estar sendo consenso: o formato da cerimônia não agradou, assim como o Oscar e o Globo de Ouro dos últimos anos. Ritmo lento e piadas sem graça dão o tom ininterruptamente. Para aqueles que esperam espetáculo, resta apenas a necessidade dos fãs de saber se suas séries preferidas conseguirão ganhar alguma coisa.

Domingo 29 de agosto=EMMY 2010




No domingo dia 29 de agosto ocorrerá a entrega dos prêmios do EMMY 2010 para as melhores séries da TV norte-americana. A transmissão será feita pelos canais a cabo AXN e SONY a partir das 20 horas.

Vamos agora analisar algumas das principais categorias e até dar alguns palpites, mesmo que toda de melhores do ano não seja uma unanimidade (por exemplo, Fringe merecia algumas indicações).

Série Dramática:
Lost, Breaking Bad, Dexter, Mad Men, True Blood e The Good Wife

É interessante essa homenagem a última temporada de Lost, mas acredito que a favorita e potencial vencedora é a queridinha da crítica Mad Men, embora a minha torcida vai para a excelente Breaking Bad.

Série de Comédia
Modern Family, Glee, Curb your Enthusiasm, Nurse Jackie, 30 rock e The Office

Acho que a disputa maior está entre a antiga queridinha 30 rock e talvez a atual queridinha Glee (o Globo de Ouro pode ter dado a entender que ela começará a ganhar prêmios). Mas não se pode esquecer Curb your Enthusiasm de Larry David e The Office de Steve Carell.

Atriz-Drama:
Julianna Margulies (The Good Wife), Mariska Hargitay (Law & Order: SVU), Glenn Close (Damages), Kyra Sedgwick (The Closer), January Jones (Mad Men) e Connie Britton (Friday Night Ligths)

Glenn já conquistou duas estatuetas em 2008 e 2009 e não deve levar novamente, Mariska Hargitay já ganhou uma em 2006, então resta as novatas January Jones e Connie Britton e as mais experientes Kyra Sedgwick e Juliana Margulies, sendo que pra mim esta última deve levar.

Ator-Drama
Jon Hamm (Mad Men), Kyle Chandler (Friday Night Lights), Bryan Cranston (Breaking Bad), Hugh Laurie (House), Michael C. Hall (Dexter) e Matthew Fox (Lost)

Embora Matthew Fox tenha ido bem na 6ª temporada de Lost e tenha sido lembrado, não aacho que vá vencer. Outros grandes atores serão apenas coadjuvantes, Michael C. Hall e Hugh Laurie, para a disputa maior entre Jon Hamm e Bryan Cranston. Torço para este último ganhar.

Atriz-Comédia
Lea Michele (Glee), Tina Fey (30 Rock), Toni Collette (The United States of Tara), Edie Falco (Nurse Jackie), Amy Poehler (Parks and Recreation) e Julia Louis-Dreyfus (The New Adventures of Old Christine)

Acredito que a onda chamada Glee não conseguirá faturar esse prêmio. Então a dúvida fica entre Tina Fey já premiada e Toni Collette a última vencedora. Parece que atriz de O Sexto Sentido e Pequena Miss Sunshine continuará como a vencedora.

Ator-Comédia
Larry David (Curb your Enthusiasm), Alec Baldwin (30 Rock), Matthew Morrison (Glee), Steve Carell (The Office), Jim Parsons (The Big Bang Theory) e Tony Shalhoub (Monk)

Nomes de peso na comédia têm poucas chances como Larry David, Tony Shalhoub e Steve Carell. A menos que Matthew Morrison e a emergente Glee sejam uma grande surpresa do EMMY, Alec Baldwin deve abocanhar seu terceiro prêmio consecutivo.

Em outras categorias como Atriz Coadjuvante de Drama há muita disputa e eu aposto Elisabeth Moss de Mad Men; para Ator Coadjuavante de Drama, Terry O´Quinn de Lost; para Atriz Coadjuvante de Comédia, Jane Lynch de Glee; e para Ator Coadjuvante de Comédia, Jon Cryer de Two and a Half Man).

"O Pelé do MMA"


Hoje decidi escrever o primeiro post sobre lutas e resolvi homenagear o maior campeão de MMA que o Brasil já produziu: Anderson "The Spider" Silva.


Anderson chegou ao UFC em 2006 e desde então não perdeu, sendo o único campeão invicto até agora. Sua primeira luta foi no UFC Fight Night contra o problemático Chris Leben e Anderson o nocauteou com extrema facilidade. Essa vitória o rendeu uma luta por cinturão contra o popular campeão dos médios Rich "Ace" Frankilin e novamente o derrotou inapelavelmente, uma verdadeira surra. Naquele momento, Anderson era o novo campeão dos médios do UFC.


Em sua trajetória defendo o cinturão, houve as vitórias devastadoras sobre Nate Manquartd, Rich Frankilin de novo, finalizações sobre Dan Henderson (unificando o cinturão do UFC e do PRIDE) e Travis Luter, além da vitória por pontos sobre um covarde Thales Leites. Mas três lutas merecem destaque: contra Damiem Maia, Chael Sonnen, e Forrest Griffin (apesar de não ter valido cinturão). Mas agora vamos por ordem cronológica.


No UFC 101 Anderson enfrentou o ex-campeão dos meio pesados Forrest Griffin em uma luta catchweight (em que dois lutadores de categorias diferentes lutam em um peso intermediário). Todos esperavam três rounds de pura trocação, porém não foi bem o aconteceu, e sim, uma verdadeira humilhação de Anderson sobre o valente e ótimo lutador Forrest Griffin (que cá entre nós só pega pedreira). Anderson bateu tanto que depois de levar outro Knockdown, Forrest praticamente pediu para parar. Um verdadeiro show do brasileiro.


Posteriormente, no UFC 112 o campeão enfrentou um especialista em jiu-jitsu: Damien Maia, substituindo o também brasileiro Vitor Belfort que machucou o ombro. Damien no pré-luta falou coisas que desagradaram o campeão, que entrou no octógono com a intenção de humilhá-lo. E durante três rounds o campeão o fez, misturando brincadeiras com golpes poderosos, Anderson desestabilizou completamente Damien. Mas a partir do quarto round ele continuou com a brincadeira, só que se esqueceu de lutar, chegando ao ponto de ser advertido pelo árbitro. No fim da luta Anderson pediu desculpas pelo comportamento.


Por fim o UFC 117 e com certeza o maior teste para o campeão: o falastrão Chael Sonnen. Chael sem dúvida exagerou e muito nas palavras para promover a luta, dizendo que ia humilhar e até aposentar Anderson. E por mais de quatro rounds e para surpresa do mundo Chael humilhou Anderson, derrubando-o facilmente e castigando no ground and pound, dominando completamente no chão ao ponto de dar "telefones" no campeão.

Já na metade do quinto round quando todos (inclusive eu) estavam pensando que estavam assistindo a maior zebra do UFC ( maior até que a vitória de Matt Serra sobre GSP) em um descuido de Chael Sonnen, Anderson conseguiu encaixar um triângulo e finalizá-lo, demonstrando ao mundo que tem coração de campeão, e assim manter o cinturão do UFC.



Anderson tem 7 defesas de cinturão, recorde do UFC. Então para terminar cabe a frase do comentarista do Premiere Combate Luciano Andrade e título deste post: “Anderson Silva é o Pelé do MMA”.


A Lenda de Aang


Hoje é muito difícil encontrar séries de animação que estejam realmente dispostas a contar uma história com começo, meio e fim, fazendo isso da melhor maneira possível. Especialmente para produções dos EUA e Canadá, o que mais se vê são aqueles programas que se prendem sempre às mesmas fórmulas e personagens para trabalharem num espaço bem delimitado e não existe melhor exemplo disso do que Os Simpsons, que tem a única bebê de vinte e dois anos da história.

Particularmente, não acho isso nem um pouco ruim, até porque ainda assisto Bob Esponja e rio do mesmo jeito que fazia com doze anos (se bem que isso pode só querer dizer que eu tenho a idade mental de uma criança de cinco anos). Mas eu sempre adorei a ideia de uma história que evolui e cresce junto com os personagens, que te dê certeza de que quer chegar em algum lugar. Dá pra dizer com consciência limpa que Avatar: A Lenda de Aang não decepciona em nenhum desses pontos.

A animação foi exibida na Nickeloadeon e TV Globo, contando com três temporadas (ou livros: água, terra e fogo) que mostravam aquele enredo clássico da “Jornada do Herói”, ou seja: o protagonista que precisa passar por um caminho inteiro de crescimento e superação para atingir um objetivo. No seriado temos o Avatar, o ser responsável por manter o equilíbrio do mundo (dividido entre quatro povos: tribo da água, nação do fogo, reino da terra e monges do ar), renascendo de diferentes maneiras sempre que a estabilidade dos quatro elementos estiver em risco.

Nesse universo o que trás estabilidade e ao mesmo tempo caos é um tipo específico de poder que certos indivíduos possuem: a dobra, que garante controlar os elementos que dividem esse mundo em quatro. Essa habilidade encaixa diversos estilos de artes marciais com a manipulação desses elementos para serem utilizados em guerras e combates. O Avatar é o único capaz de dominar todos os quatro tipos de dobra.

Na série, a nação do fogo, comandada pelo Senhor do Fogo Ozái, quer destruir o equilíbrio entre os outros três povos, se tornando a única e absoluta. E é dever do Avatar, o monge do ar Aang nessa encarnação, impedir a todo custo que isso aconteça evitando o fim do mundo.

Mesmo com uma trama principal que se baseia completamente em Aang, o que não faltam são personagens tão ou até mais interessantes que o próprio Avatar e que, de uma forma ou de outra, vão acompanhá-lo e ajudá-lo na sua caminhada. Os que mais merecem destaques são a dobradora de água Katara e seu irmão Sokka, presentes do começo ao fim da série; a mestra de dominação de terra Toph, a mais pouco convencional de todos, com certeza (sendo cega ela consegue dobrar terra melhor que ninguém por possuir uma espécie de radar mega sensível que capta vibrações – quase um Demolidor); e Zuko, o príncipe exilado da nação do fogo, que tem uma jornada própria e, ao mesmo tempo, muito ligada à de Aang.

A maneira como esses e muitos outros personagens incríveis (como a irmã e o tio de Zuko) são colocados não atrapalha no desenvolvimento da história, muito pelo contrário, os coadjuvantes estão lá pra funcionar a favor do andamento dos episódios e temporadas, nunca parecendo gratuitos ou desnecessários.

Avatar também é carregado de referências um pouco menos óbvias. Apesar da ação e do humor serem os principais pontos da série, pesquisando e olhando com mais atenção dá pra ver que o seriado é muito mais inspirado em conceitos religiosos e filosóficos do que qualquer outra coisa. A ideia de um ser tanto material quanto espiritual que reencarna de tempos em tempos para combater o mal, por exemplo, é um dos grandes pontos da mitologia budista (Buda seria um Avatar) e hindu (quem se interessar por isso só precisa pesquisar pelo nome Vixnu na internet). Tem momentos em que isso fica claro como quando é mostr

ado como é o processo para descobrir quem é a nova encarnação do Avatar, idêntico ao que se faz com o Dalai Lama. Um episódio inteiro da segunda temporada é recheado de explicações sobre o conceito de chakra, meditação e controle espiritual.

Esses exemplos servem para mostrar que a produção da série estava preocupada em fazer algo divertido e com conteúdo ao mesmo tempo, um cuidado raríssimo de se ver hoje em qualquer mídia.

Só resta então a recomendação máxima para quem se interessar pelo programa. Se você está excitante em correr atrás, faça isso sem medo porque vale muito à pena dar essa chance. Mesmo com uma produção para cinema que não tenha atingido nenhuma das expectativas, a animação ainda está aí como uma referência muito melhor, e eu penso que três temporadas podem contar muito mais e melhor do que duas horas de filme.

Diga ao povo que fico!



Esse techo da célebre frase de D.Pedro I se encaixaria perfeitamente na atual situação do atacante Neymar do Santos. O Chelsea estava disposto a pagar a multa rescisória de 79 milhões de reais para contratá-lo, mas o próprio jogador rejeitou a proposta milionária do clube inglês graças ao projeto idealizado pelo time da Vila: a partir de investidores e ações de marketing, seu salário subiu para 600 mil reais e a multa rescisória para 101 milhões de reais. Essa operação renderá boas consequências tanto para Neymar como para o Santos.

Para o atleta santista haverá pontos positivos em termos esportivos. Ficar mais tempo no Brasil (tomara que cumprindo todo o contrato de 5 anos) pode levá-lo a conquistar mais títulos, mais convocações para a Seleção Brasileira e se consolidar como ídolo de todo o povo brasileiro. Ou seja, sua carreira pode se valorizar de forma mais ampla ainda e então, na hora certa, receber uma proposta para jogar no exterior.

Também será importante para Neymar em termos emocionais. É inegável que ele ainda precisa amadurecer e esse tempo maior no Brasil o ajudará a equilibrar mais suas posturas, que por ainda não estar preparado para enfrentar os tablóides sensacionalistas da imprensa britânica poderia encontrar problemas de adaptação e assim, ter que fazer o que muitos jogadores,como Keirrison, já fizeram: tentar corrigir uma saída precoce com um rápido retorno ao Brasil para reestruturar a carreira.

Para o Santos as vantagens são evidentes: manter um excelente jogador que pode ajudá-lo a vencer mais competições importantes como o Campeonato Brasileiro e a Taça Libertadores, projetar a imagem do clube paulista para todo o mundo e trazer ainda mais recursos financeiros com marketing. Deve-se exaltar como a equipe brasileira acertou em não pensar com imediatismo e se deixar levar por uma grande quantia em dinheiro, mas priorizar uma valorização do jogador com posterior retorno econômico em maior escala.

A manutenção de Neymar faz parte de uma tendência que vem marcando o cenário atual do futebol brasileiro. Nosso mercado interno ganha força economicamente e consegue em alguns momentos repatriar grandes estrelas do futebol internacional, como Ronaldo e Adriano, e também segurar destaques dos nossos campeonatos como é o caso de Neymar. Certos dirigentes estão mudando a mentalidade e, felizmente, repensando a busca por fazer caixa imediato e pensando mais em consolidar ídolos e agradar os torcedores.

Enfim, torcemos para que as medidas do presidente do Santos influenciem outros dirigentes ainda com uma mentalidade limitada de vender incessantemente. Até porque ainda existem os casos de venda de joves atletas que nem passaram pelo profissional como os irmãos Fábio e Rafael que foram do Fluminense para o Manchester United.

Os Mercenários



Já é meio antigo aquele discurso sobre o quanto o cinema de Hollywood nessa última década tem estado simplesmente morto quando se fala de ideias novas e frescas. Os estúdios (obviamente) estão tão interessados no dinheiro da bilheteria que só se preocupam com a próxima adaptação de personagens de quadrinhos ou com uma nova trilogia de sucesso. Se isso é verdade eu não tenho a menor ideia, mas não acho que isso realmente importe. Uma vez eu ouvi o escritor Eduardo Spohr (A Batalha do Apocalipse) dizer que apoiava muito o uso de clichês para contar histórias, e eu concordo quando ele fala que as velhas fórmulas ainda podem dar em boas coisas se forem bem utilizadas. E falar de The Expendables (Os Mercenários) não é nada mais do que falar de fórmulas já muito repetidas no cinema.

E por que isso não é ruim? Porque, seja dirigindo, roteirizando ou atuando, Sylvester Stallone nos entrega exatamente o que prometeu: aquele filme à moda Sessão da Tarde dos anos 80 com violência, humor, violência, canastrice (nem isso é ruim no filme), violência e armas absurdamente gigantes e barulhentas. É aí o maior acerto da produção, quando prometeu voltar com a tradição do cinema brucutu dos Rambos, Comando para Matar e Stallone Cobra, ela dá exatamente isso para quem se dispôs a desligar o cérebro e se divertir como nunca.

O enredo não poderia ser mais “original”. Brucutu com cavanhaque de manolo (Stallone) tem alguns amigos que comeram tanta proteína no café da manhã quanto ele (a fina nata do cinema de ação dos últimos 30 anos... ok, talvez não tão fina assim: Dolph Lunfgren, Jason Statham, Jet Li, Mickey Rourke e outros tantos, com participações especiais de Bruce Willis e Arnold Schwarzeneger). Esse grupo faz alguns servicinhos básicos, que se resumem a matar quantidades enormes de pessoas armados em no máximo uma cena de ação de 15 minutos. Bom, o resto é meio chato de explicar (até porque nem importa muito) mas vendo o trailer você já sabe tudo que vai ver quando for ao cinema, nem mais nem menos.

A interação entre os atores é bem legal e garante momentos muito divertidos como a cena do encontro de Sly, Scharza e Willis e as piadinhas com a altura do Jet Li. Tem até um pouco de drama, na verdade é só uma cena, mas garantiu uma boa encenação de Rourke, que não faz mais nada o filme todo, mas conta como uma grande homenagem feita por Stallone para o ator e para esse gênero de filme em geral.

E Os Mercenários se trata basicamente disso: uma reverência a um jeito de fazer cinema (sim, porque até filmes brucutus tem seu valor) que hoje não encontra mais vez perto do grande público, mas quem sabe o resultado das bilheterias possa mudar isso. E se não der certo, pelo menos já temos agora um futuro clássico da Sessão da Tarde.

O melhor filme do ano (até agora, claro!)



Christopher Nolan é um diretor interessado por temas ligados aos aspectos mais introspectivos do Homem e quais as suas consequências sobre a alma humana, desde o sentimento de vingança em Amnésia, a tragédia pessoal em Batman Begins, os questionamentos do heroísmo em Batman Cavaleiro das Trevas, as rivalidades pessoais e profissionais de O Grande Truque, até mais recentemente o inconsciente deste A Origem. Em cada um desses filmes, Nolan foi evoluindo (menor destaque para Insônia, para mim, sua obra menos inspirada) ao ponto de fazer a sua obra-prima com essa aventura de ficção científica.

A Origem, estreia de sexta-feira dia 06 de agosto nos cinemas brasileiros, conta a história de um grupo de ladrões liderados por Dom Cobb (Leonardo Di Caprio) capaz de penetrar os sonhos das pessoas para roubar informações de seus subconscientes. Esse grupo recebe, então, uma proposta inédita de trabalho: implantar uma ideia na mente de um grande empresário. Porém, essa tarefa leva a uma série de ameaças que podem colocar em risco a vida desses ladrões.

A sinopse pode não revelar, mas essa produção passa por vários gêneros do cinema: dá pra ver lá excelentes sequências de ação, bem dirgidas e coreografadas por Nolan; uma atmosfera de suspense que aos poucos vai liberando revelações e informações importantes sobre os mecanismos para se roubar ou implantar uma ideia e sobre os personagens, principalemte Dom Cobb; e o sub-gênero dos filmes de assalto com todo o planejamento para se reunir o ladrões e definir as estratégias do roubo; e claro a ficção científica abordando temas complexos e interessantes de forma bem trabalhada como a possibilidade de moldar e incorporar elementos externos aos sonhos. Vale destacar e elogiar que esses temas ligados ao campo da ficção são ajudados por efeitos visuais impressionantes empregados em momentos úteis para a narrativa, que conseguem dar coerência a um universo fantasioso.

Esse breve resumo da obra indica uma proposta diferente, original e criativa. A temática de sonhos, subconscientes, diversas realidades e a confusão entre o que é real e não mostra uma grande complexidade e exige atenção constante dos espectadores, mas a partir do momento que se consegue compreender as várias camadas de realidade e a transição que se faz entre elas, percebe-se toda a qualidade do filme e a competência de Nolan e de toda a sua equipe em superar as dificuldades geradas por todos os detalhes do projeto. Ponto para o diretor que acredita na inteligência da sua plateia e, graças a isso, evita um didatismo exagerado com explicações ininterruptas e aposta na capacidade do público de montar a progressão lógica do filme.

Outro ponto positivo é a força dramática. O roteiro é tão bem produzido que vemos a trama principal da invasão ao sonho criando uma empolgação própria por gerar sequências brilhantes e expectativas e tensões frequentes e a trama secundária enfocando a vida de Dom Cobb que começa discreta, vai crescendo gradativamente, ganha grande importância e se mistura à trama principal. Ao final, temos a construção de uma história repleta de detalhes, possibilidades, interpretações e ambiguidades (prestem atenção à sensacional cena final).

O elenco também foi bem escolhido: Ellen Page é uma das melhores atrizes da nova geração e sua participação é muito importante no filme, Joseph Gordon-Levitt atua com descrição, mas mostrando uma força e uma capacidade de ação fundamental para a realização do trabalho, Marion Cottilard desempenha uma femme fatale com uma tremenda importância para a trama, Ken Watanabe também mostra uma boa regularidade de atuações, Tom Hardy surpreende, por não ser conhecido do grande público, com competência e segurança e Michael Caine em duas rápidas aparições.

Não pensem duas vezes para ir assistir A Origem. Desfrutem os momentos empolgantes que o filme traz, concentrem-se nas passagens de realidades, abram a mente para o fantasioso mundo dos sonhos, ou seja, entrem no universo de Chris e vocês terão a mesma reação que eu tive ao sair da sala de cinema: voltar para a fila para comprar o ingresso para a próxima sessão de A Origem.

Nota: 10

Nepotismo? Não! O cara é foda!



Antes que alguém venha falar que Bruno Mazzeo só conseguiu a projeção que hoje ele tem por causa do fato de ser filho de Chico Anysio, deve-se saber o quanto esse comediante vem renovando o humor nacional com extrema qualidade. O humorista, ator e roteirista da nova geração já se destacava fazendo os roteiros de produções de sucesso do homur como Escolinha do Professor Raimundo e Sai de Baixo. Porém, o reconhecimento de seu talento e a consolidação de inúmeros fãs veio com a realização, no Multishow, do sitcom Cilada, em que ele atuou e roteirizou, que após 6 temporadas chegou ao fim, mas ainda pode ser visto no mesmo canal em reprises aos sábados às 22 horas, ou claro, pela Internet.

Esse sitcom também esteve durante o ano de 2009 em 14 episódios como um quadro no programa Fantástico da Rede Globo. Pena que a liberdade criativa de um canal na televisão a cabo não pode ser levada para a TV aberta, onde os cuidados com as piadas chegam ao excesso do chato politicamente correto. Bruno Mazzeo, então, não pode desfilar o seu peculiar humor ácido e inteligente na emissora global.


Mas do que se trata propriamente o Cilada? Para aqueles que ainda nem sequer desfrutaram de um singelo episódio, vai uma rápido comentário do conteúdo do programa: o foco é mostrar como momentos comuns do cotidiano podem ser transformados em situações problématicas, em verdadeiras ciladas. Para isso, em cada episódio são trabalhados temas e ambientes que todos nós podemos vivenciar como uma ida ao teatro, a chegada do Natal ou a reunião para comemorar um aniversário. Nesse esquema, acredito que os melhores episódios são os que falam da morte da tia Dirce, da volta à faculdade ou de erotismo (dentre os três, o destaque não poderia ser outro a não ser o episódio da Morte, simplesmente hilário a ponto de se mijar de tanto rir).

Essa organização durou 5 temporadas. Na 6ª e última temporada, houve alterações no estilo das apresentações: passou-se a mostrar como a vida de solteiro pode ser uma cilada. Para isso, Bruno Mazzeo se envolve, em cada episódio, com um tipo diferente de mulher, desde a Mulher Chiclete, a Mulher com Filho até a Adolescente. Apesar dessas mudanças, a série conservou o seu humor inteligente e cativante.

Dentro dessas temporadas, embora como vimos houvesse modificações, o que se pode notar como um elemento comum é o tipo de humor de Bruno Mazzeo, claramente o sinal de todo o seu sucesso. Ele não se prende ao politicamente correto e a uma comédia escrachada de torta na cara e outras palhaçadas desnecessárias como já se viu muito, quando pode mandar uma piada ácida, brincar com o senso comum, satirizar situações que todos nós podemos passar e claro soltar um palavrão ou algo de humor negro, ele não se priva de preconceitos.

A própria estrutura do seu sitcom ajuda muito. Humor rápido e ágil, convidados especiais bem sintonizados com o propósito do programa e claro a perfomance de Bruno Mazzeo em se transformar nos mais variados e engraçados personagens, desde os fixos e de maior destaque Alexandre Focker (uma paródia de Alexandre Frota) e Albênzio Peixoto (sátira aos antropólogos, vindo sempre com uma explicação confusa), até os eventuais como a Maria do Rosário Albuquerque etc., uma vedete rica que se queixa dos costumes das classes média e baixa.


Fica então aqui a minha dica: todas as produções de humor que aparecerem e contarem com alguma participação de Bruno Mazzeo, seja estrelando, produzindo ou roteirizando, tenha certeza que existe ali uma garantia de qualidade. Portanto, fiquem de olho no seu próximo projeto: o lanaçamento em outubro do filme "Muita Calma Nessa Hora", do qual é roteirista, co-produtor e com uma ponta como ator.

Jonah Hex


No final do mês de Julho chegou às bancas o primeiro encadernado da série de quadrinhos do personagem Jonah Hex. As histórias de faroeste do pistoleiro são pouquíssimo conhecidas aqui no Brasil e essa primeira edição pode ser um bom começo para quem se interessar por esse tipo meio bizarro.

Criado na década de 1970, Hex entra naquele clássico arquétipo do cavaleiro solitário que chega numa cidade no meio do nada para fazer justiça com as próprias mãos. Pode-se até dizer que ele mistura isso com um pouco do que temos hoje com o Wolverine: alguém que tem que viver com as cicatrizes de um passado obscuro. E isso vale até literalmente falando, já que a principal característica de Jonah é uma cicatriz horrível que cobre todo o lado direito do seu rosto, presente de um desentendimento com índios apaches.


O encadernado “Jonah Hex: Marcado pela Violência” reúne as seis primeiras edições da revista mensal norte-americana. Publicada de 2006 até hoje nos EUA o material demorou bastante para chegar aqui, mas aproveitando o lançamento do filme do personagem (que, pelas críticas não parece valer tão à pena quanto os quadrinhos), a editora Panini tenta engrenar aqui um título de pouco apelo e popularidade. E, depois de ler a edição, eu gostaria muito que desse certo.

São seis histórias fechadas, completamente independentes umas das outras que colocam o protagonista de frente às mais diversas situações. O plot das edições não é nada revolucionário, muito pelo contrário: segue a fórmula já muito conhecida dos bons filmes de western, desenvolvida de forma direta e simples pelos roteiristas Justin Gray e Jimmy Palmiotti e muito bem desenhada pelo brasileiro Luke Ross. Então, não escapam os velhos clichês de xerifes corruptos, aldeias em perigo ou buscas por vingança, mas nada que torne a narrativa entediante de se acompanhar. Infelizmente, só dispondo de 25 páginas para cada parte de “Marcado pela Violência”, não há muito espaço para desenvolver os personagens secundários, que muitas vezes são jogados na história sem muita finalidade ou tem até certo carisma mas são pouco explorados. Talvez o formato de contos fechados não tenha sido muito ideal e depois, com arcos de histórias mais longos, esses defeitos possam ser corrigidos. O que fica para os holofotes principais é o próprio Jonah Hex, que se mostra como um homem cujo passado o endureceu, mas ao mesmo tempo conseguiu fazer dele uma boa pessoa. Esse passado, aliás, também poderia ser mais explorado nas próximas edições.


E aproveitando que o assunto é western, logo abaixo tem algumas sugestões de filmes, livros e quadrinhos do gênero, algumas delas provavelmente vão ganhar posts próprios no futuro:

Filmes: acho que esse é o mais fácil de todos. Dá para indicar facilmente dois diretores que fizeram clássicos do cinema. Primeiro tem Sergio Leone com a trilogia do dólar (Por um punhado de dólares, Por um punhado de dólares a mais e Três homens em conflito/O bom, o Mau e o Feio) e a trilogia da América (Era uma vez no Oeste, Quando explode a vingança e Era uma vez na América). E tem John Ford (acho que toda filmografia dele é recomendada) com Rastros de Ódio, O homem que matou o facínora, Rio Grande e muitos outros. Fugindo dessa linha específica de diretores, há muitos outros bons filmes para se buscar, como Butch Cassidy e Sundande Kid, Bravura Indômita, Os Brutos também amam e o mais recente Onde os fracos não têm vez.

Quadrinhos: pode ser meio estranho mas a Itália tem uma tradição muito forte em quadrinhos de faroeste (os fumetti). Aqui no Brasil é muito fácil encontrar esses títulos que dificilmente decepcionam na qualidade como Tex, Zagor e, especialmente Mágico Vento.

Livros: a série da Torre Negra de Stephen King funciona para quem gosta de visões diferenciadas sobre gêneros clássicos. Misturando o western de Sergio Leoni com a Terra Média de Senhor dos Anéis, King cria uma bela ambientação para a sua Saga do Pistoleiro, que consegue prender a atenção por sete livros que mais parecem tijolos de canteiro de obras.

 
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