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Bom pontapé inicial



Na segunda-feira, dia 26 de julho, Mano Menezes foi apresentado como o novo treinador da Seleção Brasileira e fez a sua primeira convocação dos jogadores que participarão do amistoso do dia 10 de agosto contra os EUA em Nova Jérsei. Antes de analisar propriamente a lista dos convocados em si, vamos refletir um pouco sobre a primeira impressão deixada pelo ex-técnico do Corinthians no seu novo cargo.

Em primeiro lugar, foi extremamente agradável assistir a uma coletiva sem aquele clima de guerra e agressões constantes, uma marca registrada da era Dunga (que felizmente já acabou). Mano Menezes é uma pessoa muito inteligente, sabe se expressar muito bem, não se emploga demais diante dos bons momentos nem se frusta sem necessidade diante das adversidades, tem jogo de cintura para se desviar de perguntas polêmicas, sabe detectar as deficiências de estratégia, planejamento e organização e traz uma serenidade muito necessária ao posto. Podemos, então, esperar uma relação harmoniosa de respeito e bom senso entre treinador, torcida e imprensa.

A lista em si:

Goleiros: Vitor (Grêmio), Jefferson (Botafogo) e Renan (Avaí). Duas escolhas muito bem feitas as de Vitor e Jefferson, já a de Renan pode gerar alguma dúvida se era o momento certo, afinal poderia se chamar o Fábio do Cruzeiro.

Laterais: Daniel Alves (Barcelona), Rafael (Manchester United), Marcelo (Real Madrid) e André Santos (Fenerbahçe). Muito boas convocações em especial o retorno de Marcelo e a chegada do promissor Rafael.

Zagueiros: Thiago Silva (Milan), David Luiz (Benfica), Henrique (R.Santander) e Réver (Atlético(MG)). O zagueiro do time italiano era óbvio que deveria ser chamado, Réver já merecia uma chance desde os tempos de Grêmio, David Luiz vem sendo muito elogiado lá fora e é alvo de grande clubes como o Chelsea e Henrique talvez poderia ser substituído por Miranda do São Paulo.

Meio de campo: Lucas (Liverpool), Sandro (Internacional), Jucilei (Corinthians), Hernanes (São Paulo), Ramires (Benfica), Éderson (Lyon), Carlos Eduardo (Hoffeinheim) e Ganso (Santos). Destaque para volantes mais leves que sabem sair jogando, embora acho que Elias do Corinthians deveria ter sido convocado e não Jucilei e boas opções de criatividade em Ganso e Carlos Eduardo, porém teria levado Bruno César do Corinthians no lugar de Éderson.

Atacantes: Neymar (Santos), Robinho (Santos), André (Santos), Alexandre Pato (Milan) e Diego Tardelli (Atlético(MG)). Nenhuma objeção a ser feita, e sim, elogios à convocação de jogadores habilidosos como Neymar e Robinho e nenhum atacante apenas de área sem tanta técnica.

Podemos extrair dessa lista alguns sinais interessantes: houve uma preocupação em abaixar a média de idade da Seleção (essa tem média de 23,08 anos), em virtude do fato de que a equipe que foi à Copa era a mais velha de todas na competição. Para se fazer isso, foram chamados jovens jogadores com passagens por seleções de base como Jefferson, Ganso, Lucas e Neymar e outros jogadores já se pensando nas Olímpiadas com Renan e Rafael. Além disso, vemos que os atletas que jogam no Brasil também terão vez entre os convocados, prova disso foi o número recorde de jogadores que atuam no nosso país: 12.

Outros 2 pontos a serem discutidos são: alguns jogadores que passaram pela última Copa e não foram lembrados nessa convocação não podem ser esquecidos, afinal não se pode abrir mão de um Júlio Cesar, Maicon, Nilmar e Kaká, este dependendo de como estiver fisicamente; e a parte tática pode render boas variações durante os jogos. Mano Menezes gosta do 4-2-3-1, mas esses jogadores podem se revezar em outros esquemas como o 4-4-2 e o 4-3-3.

Enfim, o primeiro momento de Mano Menezes à frente da Seleção Brasileira foi positivo. Que continue assim com a mesma tranquilidade, organização e conhecimento de futebol que ele já provou possuir. E acima de tudo, mantendo a linha de um processo de renovação lento, gradual e seguro.




Menos uma razão para odiar argentinos

Quando se pensa nas tiras de quadrinhos dos jornais, a primeira coisa que provavelmente deve vir a cabeça é um Garfield, Snoop ou um Hagar, o Horrível talvez. Mas até mesmo quadrinistas nacionais como a santa trindade dos anos 80, Glauco, Laerte e Angeli, fazem muito sucesso com um humor mais politicamente incorreto e porra-louca. Tem os que se tornaram clássicos como Calvin & Haroldo, que cativaram pelas inúmeras qualidades. Atualmente eu posso dizer que se há uma tira que merece o título de clássica, essa é Macanudo.

A produção de quadrinhos argentina é elogiada e reconhecida em todo mundo. Mesmo assim e com a abertura que o Brasil vem tendo nos últimos anos para uma maior variedade de obras, os trabalhos de escritores e desenhistas hermanos tem sido praticamente inexistente nas livrarias daqui. Isso mudou em 2008 quando a Zarabatana Books (uma das editoras mais corajosas no que diz respeito aos materiais que trás para cá) lança o primeiro volume das já mega aclamadas tiras do cartunista Liniers.

A escolha não poderia ter sico mais acertada. Se outros monstros do formato das tiras como Bill Watterson (Calvin & Haroldo) e Charles Schulz (Peanuts, ou Snoop para quem é do Brasil) acertavam pelos personagens incríveis, pela sensibilidade dos temas de que tratavam e, mais do que tudo, por darem aos seus quadrinhos um senso de humor universal que qualquer um pode compreender, o argentino Liniers pode ser considerado um grande sucessor dessa maneira incrível de contar histórias.

Chamar de incrível não é exagero porque Macanudo consegue ser muito com o mínimo. Tudo nas tiras transpira simplicidade e um humor nonsense muito divertido. Mesmo falando só de pinguins voadores, meninas com seus gatos e ursinhos de pelúcia e do dia-a-dia de gnomos, ainda tem espaço para inovações na disposição dos quadros ou na noção de perspectiva, tudo muito simples e funcionando perfeitamente sempre. Se isso tudo é só uma mostra do que a Argentina pode fornecer em quadrinhos, então que venham muitos outros Liniers para cá.


Macanudo é publicado diariamente na Folha de São Paulo e já tem três volume de suas tiras lançados pela Zarabatana. Muito material do autor pode ser encontrado disponível na internet.

9 vezes Brasil!



Na noite de domingo, 25 de julho de 2010 em Córdoba na Argentina, a seleção masculina de vôlei conquistou o eneacampeonato da Liga Mundial vencendo a Rússia por 3 sets a 2 parciais de 25/22, 25/22, 16/25 e 25/23 (é isso mesmo 9 títulos corresponde a eneacampeão e o Brasil até nos ensina português). Parecia muito difícil no início da Era Bernadinho, a nossa seleção alcançar as 8 conquistas da Itália nesse campeonato. Mas, o que parecia tão difícil foi superado e o Brasil tornou-se o maior vencedor da Liga Mundial, muito em função do seu treinador.

Bernardinho foi uma figura essencial para a conquista brasileira esse ano por dois grandes motivos: o já muito falado e exaltado sistema de treinamentos feitos de maneira produtiva e incansável que permitiu a nossa seleção desempenhar com grande eficiência os fundamentos de saque, bloqueio, defesa e ataque; além da fantástica participação de nosso treinador em ter a percepção de quais foram os problemas que apareciam durante as partidas e como corrigi-los com rapidez.

É verdade também que em alguns momentos a Seleção Brasileira não apresentou o seu melhor jogo e, por exemplo, sofreu com irregularidades na recepção e no ataque. Para superar tais dificuldades foram necessários que os outros fundamentos cumprissem muito bem suas funções e isso aconteceu com qualidade principalmente na variação do estilo de saques e na armação dos bloqueios. Novamente nessa situação, o papel de Bernardinho foi importante ao traçar as estratégias capazes de reverter algum quadro complicado.

Além disso, é preciso ressaltar a relevância do forte grupo da nossa seleção. Jogadores como Giba e Dante, consagrados no cenário internacional do voleibol, permaneceram muito tempo no banco de reservas recuperando a melhor forma física e abrindo espaço para a chegada de novos jogadores como Leandro Vissoto e Lucão. A maneira como foi utilizado o elenco também merece destaque, pois todos os atletas tiveram importância significativa durante a campanha vitoriosa (especialmente na fase final Marlon, Sidão e Théo acrescentaram uma maior vitalidade à equipe).

As premiações também ilustram como essa passagem de gerações é muito bem realizada e não faz com que a seleção perca em força e qualidade de jogo. Substituindo o sensacional Serginho, o líbero Mário Júnior ganhou o prêmio de melhor atleta na sua posição e Murilo, apenas um coadjuvante nos outros anos, chamou a responsabilidade de liderar a equipe e não somente foi o melhor jogador da nossa seleção como também foi eleito o craque do torneio.

Esse processo de renovação vem dando muito certo: títulos no Sul-Americano, na Copa dos Campeões Mundiais e duas Ligas Mundiais disputadas, 2009 e 2010, que somadas as conquistas anteriores de 1993 (sob o comando do técnico José Roberto Guimarães), 2001, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007 (todas com Bernardinho) elevou o Brasil ao status de maior vencedor. Agora, o trabalho deve continuar se concentrando no próximo desafio: a busca pelo tricampeonato no Mundial de Roma.


Ele está de volta!

Para os saudosistas de plantão que vão começar a lamentar o fim da Copa do Mundo e olhar torto para o nosso querido Brasileirão ("Na Copa é que tinha jogo bom", eles diriam) vai um aviso: o Campeonato Brasileiro, depois de 1 mês parado, volta com força total com os clubes buscando reforços tanto aqui no Brasil mesmo como no exterior.

Como a janela de transferências internacionais foi antecipada e já está aberta (o que só deveria acontecer no dia 3 de agosto) em função de um pedido excepcional da CBF à FIFA, os jogadores contratados vindos de fora do país já podem entrar em campo. Segue abaixo uma lista dos times reformulados, que no geral tiveram sete trocas de técnico e 86 contratações na série A:

Atlético(GO): o time teve goiano teve como grande mudança a troca de técnicos: sai Geninho e entra Roberto Fernandes. Além disso, algumas contratações como Carlinhos Bala para tentar impedir que o clube seja o América(RN) de 2007.

Atlético(MG): o Galo se reforçou muito nessa parada e foi dele uma das mais sonoras contartações: a de Diego Souza, vindo do Palmeiras. Além do meia chegaram também o goleiro Fábio Costa, o atacante Daniel Carvalho e o zagueiro Réver, principalmente. Apesar das perdas de Muriqui para o futebol chinês e Correa para o Flamengo, o alvinegro de Minas tentará ser um dos candidatos ao título.

Atlético(PR): o Furacão contratou muito, mas poucos nomes de peso. O único mais conhecido que causou um alvoroço em Curitiba foi Guerrón, vindo do Cruzeiro. A perda mais considerável foi a do colombiano Valencia para o Fluminense.

Avaí: poucas mudanças. As principais foram a contratação do técnico Antônio Lopes e a volta do lateral Eltinho que estava no Internacional. Algumas perdas, mas de nenhum jogador tão importante.

Botafogo: o clube da Estrela Solitária trouxe de volta jogadores importantes: Jóbson e Maicossuel; contratou dois novos volantes: Marcelo Mattos e Elizeu; e apenas perdeu o zagueiro Wellington para o Cruzeiro.

Ceará: o Vovô trocou de treinador: saiu PC Gusmão e chegou Estevam Soares. Além disso, foram feitas contratações de pouco impacto como o meia Camilo ex-Santo André e apenas perdeu o volante Douglas Silva para o América(RN).

Corinthians: o Timão contratou o goleiro paraguaio Bobadilla para o lugar de Felipe que iria se transferir para o Genoa da Itália, mas como o negócio emperrou o goleiro brasileiro está afastado esperando outra proposta. Perda até então de 2 jogadores (indefinição quanto ao Felipe): Marcelo Mattos para o Botafogo e Esceduro para o Argentino Juniors da Argentina.

Cruzeiro: a Raposa se reforço bem, com as contratações de Cuca para o comando técnico, dos meias Everton, vindo do Fluminense e Montillo, carrasco argentino do Flamengo na Libertadores, do atacante Robert ex-Palmeiras, do zagueiro Edcarlos ex-Cruz Azul do México, entre outros. Mesmo perdendo jogadores como Kléber para o Palmeiras, Fernandinho para o Atlético(MG) e Guerrón para o Atlético(PR), o time de Minas é um dos candidatos ao título.

Flamengo: o Rubro-Negro carioca sofreu baixas significativas com a volta de Vágner Love para o CSKA Moscou, a ida de Adriano para a Roma e a prisão do goleiro Bruno. Tentando fazer uma campanha digna de atual campeão brasileiro, contratou Reanto Abreu, Val Baiano e Correa, entre outros, além de continuar sonhando com Ronaldinho Gaúcho.

Fluminense: sob o comando de Muricy Ramalho, o Flu vem como candiadato ao título. Bons reforços chegaram: o zagueiro Andre Luís, os volantes Valencia e Belletti, o atacante Emerson e há a possibilidade também da chegada do meia Deco. As saídas não foram tão sentidas como as do meia Everton para o Cruzeiro e do zagueiro Dalton para o Internacional.

Goiás: poucas mexidas, como as contratações do atacante Pedrão e do volante Carlos Alberto ex-Atlético(MG) e as saídas do volante Fábio Bahia para o Bahia e do zagueiro João Paulo para o Figueirense.

Grêmio: o Tricolor gaúcho trouxe o atacante André Lima do Fluminense, o zagueiro Patrick Borges do Pelotas e o lateral Uendel do Avaí e dispensou o atacante William e o lateral Bruno Collaço para a Ponte Preta.

Grêmio Prudente: nada de muito impactante. Contratou o atacante Geovane do Mogi Mirim e perdeu os atacantes Tadeu para o Palmeiras e Geovanne para o Guarani, o zagueiro Dênis para um time do Azerbaijão e o lateral Éder para o Atlético(PR).

Guarani: contou com as chegadas do atacante Geovane ex-Grêmio Prudente e do lateral Apodi ex-Bahia e dispensou o atacante Anderson Costa para o Santo André.

Internacional: o Colorado teve como filosofia de compras "o bom filho a casa torna", trazendo de volta o goleiro Renan, o volante Tinga e o atacante Rafael Sóbis. Também contratou o técnico Celso Roth para substituir o uruguaio Fossati, a promessa Oscar do São Paulo, o lateral Leonardo, vindo da Grécia e o zagueiro Dalton ex-Fluminense e perdeu Eltinho para o Avaí e Thiago Humberto para o Vitória.

Palmeiras: contratou o volante Tinga da Ponte Preta, realizou seu sonho de trazer de volta o gladiador Kléber e também conta com a chegada do técnico Felipão. Perdas foram 2: Diego Souza para o Atlético(MG) e Marquinhos para o Flamengo.

Santos: o Peixe manteve o trio formado por Paulo Henrique Ganso, Neymar e Robinho por enquanto. Perdeu o atacante André para o Dinamo de Kiev da Ucrânia, o goleiro Fábio Costa para o Atlético(MG) e trouxe o atacante Keirrison ex-Barcelona que estava emprestado à Fiorentina.

São Paulo: Mais perdas do que contratações: saída de Léo Lima para o futebol dos EAU, a volta de Cicinho para a Roma, Andre Luís para o Fluminense, Oscar para o Internacional e o atacante Henrique para o Vitória e apenas a chegada do desconhecido zagueiro Samuel do Joinville.

Vasco: o Gigante da Colina se reforçou muito para tentar sair da zona de rebaixamento. Entre os reforços estão Zé Roberto do Schalke 04, Éder Luís do Benfica, Felipe do futebol do Qatar, Nunes do Santo André e Irrazábal do Cerro Porteño, além do acerto da situação do meia Carlos Alberto com o Werder Bremen. As saídas foram de Souza para o Porto, Dodô para a Portuguesa e Phillipe Coutinho para a Inter de Milão.

Vitória: chegada dos atacantes Soares ex-Cruzeiro, Henrique ex-São Paulo e do meia Thiago Humberto ex-Internacional e as saídas de jogadores secundários como os atacantes Robert e Marclei para o futebol angolês.


Esportes- Copa do Mundo


O novo campeão

O 1º título mundial da Espanha levou muito tempo para chegar, mas quando chegou foi num momento extremamente merecido de puro encantamento técnico. Essa, sem questionamentos, é a melhor geração do futebol espanhol (Casillas, Piqué, Xavi, Iniesta, Fábregas, D.Villa...) e capaz de executar um estilo de jogo bem plástico e bonito à la brasileira (como o Brasil renegou suas origens com um futebol tã burocrático, coube a Espanha jogar um futebol que saltasse aos olhos).

Esse estilo de jogo espanhol chama a atenção por tantas qualidades que se sobressaiem: posse de bola, movimentação intensa dos jogadores, dinâmica de troca de posições, compactação dos setores, verticalização e velocidade das jogadas ofensivas e qualidade individual e criatividade de jogadores como Iniesta e Xavi. Até o sistema defensivo que poderia ser apontado como um defeit, mostrou-se consistente na Copa (sofreu apenas 2 gols) a partir do entrosamento dos defensores, principalmente as grandes atuações de G. Piqué, um zagueiro que vem evoluindo e esbanjando eficiência, e Casillas, um dos melhores goleiros do mundo.

A deficiência dessa equipe conseguiu ser amenizada: a definição das jogadas. Esse problema se deu devido a uma demora para se finalizar (raros foram os arremates de fora da área) e um poder de decisão mais enfraquecido pela má fase de F.Torres. E foi a partir do volume de jogo superior aos adversários e da perfomance de D.Villa, a Espanha contornou essa questão.

Excetuando o tropeço surpreendente contra a Suíça, a campanha espanhola foi irretocável e coroada na final contra a Holanda. A Espanha impôs a sua forma de jogar desde o início do jogo e venceu somente na prorrogação em função de violento estilo de jogo empregado pelos holandeses.

A Espanha provou, então, que é possível jogar bonito e vencer. Agora só nos resta esperar que nos próximos 4 anos até a Copa do Brasil de 2014 outras seleções se inspirem no atual futebol espanhol.



Terceiro Vice- Campeonato

Antes da Copa de 2010, a Holanda já havia conquistado o vice-campeonato em 2 ocasiões: em 1974 perdendo para a Alemanha e em 1978 perdendo para a Argentina. Tendo essas duas lembranças na mente, os holandeses buscaram uma nova estratégia para tentar o inédito título: o pragmatismo. Uma forma de jogar que não necessariamente era o ideal, pois ela havia mostrado com uma classificação tranquila nas Eliminatórias e belas atuações em amistosos que poderia jogar de maneira mais bonita.

Não se pode negar, entretanto, que o modo como a Holanda se comportou mostrou uma grande eficiência. Não foram vitórias das mais encantadoras do ponto de vista plástico, mas foram seguras e bem contruídas (ressalvas aos jogos contra Eslováquia e Uruguai). É verdade também que esse estilo limitou todo o talento de jogadores como Robben e Sneijder, embora tais jogadores conseguiram se destacar individualmente.

A decisão contra a Espanha foi uma exceção e contradição diante de tudo que a seleção holandesa vinha apresentando. A Holanda não conseguiu praticar o seu estilo de jogo e como se viu envolvida pela Espanha teve que apelar para faltas para tentar equilibrar a partida. Essa estratégia não funcionou completamente e a derrota foi inevitável.

A mudança de estilo da Laranja Mecânica (o jogo mais aberto de gerações como Van Basten e Bergkamp para o pragmatismo de hoje) não garante o título, não há uma cartilha de regras a serem seguidas para ganhar a Copa do Mundo. Ainda se continuar jogando dessa maneira, a Holanda é em potencial a única seleção não campeã com mais chances de alcançar o inédito título.


Obrigado, Boateng!

O agradecimento acima é feita ao jogador ganês que, na decisão da Copa da Inglaterra entre Chelsea e Portsmouth, lesionou Michael Ballack. O até então capitão da seleção alemã foi cortado da Copa e isso permitiu com que víssemos na África uma Alemanha privilegiando o talento e jogo bonito.

A ausência de Ballack deu aos germânicos a possibilidade de montar uma equipe jovem, tecnicamente talentosa, dinâmica e veloz. O meio-de-campo formado por Schweinsteiger, Khedira, Ozil, Muller e Podolski, em nenhum momento, sentiu a falta do badalado astro agora do Bayer Leverkusen.

Essa geração de grande nível técnico, é verdade, encontrou algumas irregularidades pelo caminho. A derrota contra a Sérvia na 2ª rodada é aquele tropeço normal que qualquer seleção está sujeita a ter e a eliminação para a Espanha na semi-final foi diante de uma seleção também de grandes valores técnicos e a melhor dentro da competição. A vitória na disputa pelo 3º lugar contra o Uruguai, ao menos, entregou um prêmio de consolação aos alemães.

Muitos desses jogadores por ainda serem jovens com certeza vão estar presentes na Copa do Brasil em 2014. O elenco de Muller, Ozil, Podolski, Lahm... esarão mais entrosados do que nessa última Copa e prometendo alcançar o seu tetracampeonato.


A volta da Celeste

Foi extremamente positivo ver o Uruguai retornar à categoria de uma das quatro melhores seleções do mundo numa Copa. A derrota para a Alemanha na disputa pelo 3º lugar poderia dar um sabor amargo à campanha uruguaia, mas de forma nehuma diminui a importância do feito dos jogadores uruguaios.

O começo não foi dos melhores. O confronto na estreia contra a França reduziu a esperança de muitas pessoas quanto ao que a Celeste Olímpica poderia produzir no torneio. Mas, a partir do momento em que Forlán chamou a responsabilidade para si e liderou seus companheiros, sua seleção cresceu muito de produção e proporcionou grandes atuações. Vale ressaltar também os belos desempenhos de Lugano, Fucile e Luis Suaréz.

E como falar do Uruguai sem mencionar a sua já típica garra! Foi ela que o ajudou a passar de um grupo complicado composto por África do Sul, França e México e travar partidas equilibradíssimas contra Holanda e Alemanha.

Torcemos agora para que essa grande campanha não se perca na história, mas pelo contrário, dê muitos frutos e inicie outros excelentes trabalhos não só para a seleção uruguaia em outras competições internacionais, mas também ajude a trazer de volta os times uruguaios como Nacional e Peñarol ao cenário de destaque do futebol mundial.


Cinema



Volta às origens

As novas gerações, e eu me incluo nesse grupo, ao pensarem em Sam Raimi logo o associam a até então trilogia do Homem Aranha (que por sinal, derrapou com o fracasso do terceiro filme). Porém, esse diretor não pode ser rotulado apenas pela franquia do aracnídeo, pois o início da sua carreira foi marcado pela realização de filmes de terror trash, como A Morte do Demônio e Uma Noite Alucinante. E é justamente com o seu Arraste-me para o Inferno, estreia da Rede Telecine no sábado 18 de julho, que Raimi volta aos velhos tempos de muito sangue e humor.

Sua mais recente produção, escrita pelo próprio diretor e seu irmão Ivan, conta a história da analista de crédito Christine Brown (Alison Lohman) buscando impressionar seu chefe para ganhar uma promoção, nega um empréstimo a uma velha cigana (Lorna Raver), que sentindo-se desonrada, lança como uma maldição sobre a garota o tormento de um espírito maligno, que pode em três dias levá-la a um destino terrível.

Antes de qualquer coisa, não se pode esperar nada além de pura diversão dessa obra. O próprio Sam Raimi parece brincar com o gênero terror ao abusar propositadamente de alguns clichês desse tipo de filme: os sustos de uma trilha sonora potencializada e o rotineiro cenário de um cemitério com forte chuva e relâmpagos, por exemplo. Mas, não pense que toda essa brincadeira é feita de forma amadora e sem talento, pelo contrário, o diretor usa muito bem a câmera ao realizar cortes rápidos e zooms, digamos assim, nem um pouco agradáveis (reparem nas várias cenas em que a boca da protagonista recebe as mais nojentas substâncias).

A natureza trash do filme de terror está muito bem representada pela combinação entre sangue, risadas e nojo. São vários os momentos que podem levar ao espectador as mais diferentes sensações: os sustos eficientes das aparições repentinas do demônio e claro toda aquela atmosfera de tensão e choques que assusta os distraídos; a sensação de exagero deixada, por exemplo, pela luta entre Christine e a cigana no carro e pela cena de sangramento em litros de sangue do nariz da protagonista; a repugnância transmitida por todo tipo de substância nojenta que se espalha por todos os cantos do filme; e claro o bom humor negro, seja pelo exagero dos efeitos digitais principiantes e elementos absurdos como uma bigorna (vejam o filme e riem com o absurdo que é uma bigorna entre os componentes do cenário!).

As atuações também são um ponto forte de Arraste-me para o Inferno. Alison Lohman cumpre bem o seu papel de protagonista frágil que grita a plenos pulmões e sofre com o seu momento assustador, mas quando precisa tenta superar tudo isso com muita superação e Lorna Raver interpretando um ser nojento e repulsivo, mas com pitadas de humor. Além disso, temos um elenco de apoio competente composto por Justin Long, Dileep Rao e Adriana Barraza.

É verdade que esse filme não apresenta grandes surpresas e inovações no roteiro, com até algumas tentativas de reviravolta, de certa maneira, previsíveis. Porém, é preciso se lembrar que esse não é o objetivo da produção, na verdade, ela busca ser um passatempo divertido e eficiente nesse sentido. Então, se você comprar a ideia de uma brincadeira sádica, bem humorada e nojenta, vai ter uma hora e meia de pura diversão.

Nota: 8

Séries



Dream of Californication

Recomendar alguma coisa é complicado. Quando você conhece a pessoa para quem está sugerindo algo já não é lá muito fácil, para quem você mal conhece é pior ainda. Mas eu vou dar o braço a torcer e falar com toda a (pouca) segurança que tenho: se tem uma série de comédia que deve ser vista, essa é Californication. Isso mesmo, esqueça Friends, Two anda a Half Men ou The Big Bang Theory, parafraseando nosso querido Cap. Nascimento: essas aí nunca serão.

Estrelando David Duchovny, o programa trouxe de volta o agente Fox Mulder do finado Arquivo X com pé na porta e tapa na cara. Com uma premissa muito simples, temos o escritor-de um-livro-só-em-crise Hank Moody, nova iorquino de raiz que tem que se adaptar à terra de marlboro, que é a Califórnia, ao mesmo tempo que tenta conciliar o tempo com a filha, as idas e vindas com a ex-mulher e todas as bizarrices envolvendo sexo, drogas e rock'n roll (tá, talvez só um pouco de rock'n roll) que o Orange Country tem a oferecer.

Ok, história revolucionária? Nem de longe. Mas o mais legal de Californication são seus personagens, fixos ou que aparecem só por um episódio, que dão à série todo um charme próprio e que a diferencia de outras sitcoms mais convencionais. Além disso, por ser exibida nos EUA num canal de TV à cabo, não há muita preocupação em tornar o programa mais digerível para o público regular. Então quando precisa mostrar peitos, cenas de sexo ou alguém gritando fuck quinhentas vezes por segundo, não tem tarja preta ou corte na edição ao melhor estilo HBO.

Como já falei, o que sustenta a série são os personagens e os roteiros de cada episódio servem mesmo para criar a interação entre eles ou colocá-los em situações absurdas. Ao mesmo tempo que Hank é um puta mister nice guy, ele consegue ser escroto a ponto de te fazer rir até chorar e é muito legal ver os altos e baixos, quando ele tenta acertar e às vezes até consegue e quando faz alguma besteira que estraga tudo, sem nunca perder o bom humor e o ar de sacana.

Apesar de ser grande responsável pelo sucesso da série, Duchovny é acompanhado por um elenco com interpretações que dão diferentes diferentes tons à vida de Hank. De um lado temos a parte mais emocional com Becca e Karen, sua única família, e do outro vem a parte mais escrotizada com o empresário Charlie e sua esposa Marcy, aquele casal que parece que anda sempre pelo caminho mais errado e esquisito da rua.

Californication está na sua terceira temporada e é exibido aqui na TV paga pelo Warner Chanel. Não é necessário ver as primeiras temporadas para entender os episódios mais recentes, mas vale muito à pena pegar desde o começo pelo simples fato de que é um programa simplesmente muito foda mesmo.

Livros


Pois é....aranhas podem ser interessantes


Para algumas coisas é simplesmente impossível não dar atenção. Pessoalmente eu não consigo ignorar um filme de um diretor que eu gosto sendo lançado ou uma série boa estreando. E se é para colocar mais alguma coisa nessa lista, com certeza seria Neil Gaiman e qualquer coisa relacionada a ele.

Dele eu já falei um pouco no post sobre Henry Selick e “Coraline”, filme baseado num de seus livros. E a bibliografia de Gaiman (que vai desde quadrinhos até livros), tem muitos elementos recorrentes como relacionamentos familiares, formas de se encarar a morte, mitologia, etc. E mesmo com essa repetição, em nenhum momento ler algo do escritor de Sandman, “O Livro do Cemitério” e Orquídea Negra se torne chato ou passa uma sensação de deja vu.


E é para falar de “Os Filhos de Anansi” que Gaiman deve ser citado junto com toda sua importância como um dos grandes autores de sua geração. A história do livro segue a velha fórmula do protagonista (Charles Nancy) que não quer ser o herói de coisa nenhuma, mas que depois da morte do pai e do aparecimento surpresa de um irmão que nem sabia que tinha, ele vai ter que se entender com empresários corruptos, medo de contar em público e deuses africanos (?).

Ok, tá muito chamada de Sessão da Tarde, mas o britânico consegue transformar essa viagem de ácido numa narrativa que te faz passar pelas páginas e chegar ao final com um gosto de quero mais.

É usando um assunto que domina completamente que Gaiman consegue criar os personagens mais cativantes. Ainda que seja um loser com complexo de inferioridade com um irmão mil vezes mais fodão e um pai que por acaso é um deus-aranha tribal, Fat Charlie (apelido de infância que persegue nosso “herói”) não diminui no decorrer da história. Muito pelo contrário, e quando tem que enfrentar seus problemas e inseguranças que o personagem mostra realmente quem é O cara em “Os Filhos de Anansi”. Ou seja: aquele velho esquema de superação e crescimento que já foi visto milhares de vezes, e que na mão de qualquer outra pessoa daria em algo que nem mereceria atenção; não é o caso aqui.

Então, se você tem estado sem sugestões para bons livros ultimamente, aposte em “Os Filhos de Anansi” que não há chance de arrependimento. Melhor ainda: aposte em qualquer coisa com Neil Gaiman na capa, porque o resultado vai ser o mesmo.

Live, from New York


Não sei se alguém já ouviu falar do programa Saturday Night Live, então vale dizer que ele é um programa de comédia dividido em quadros (os sketchs) que variam desde apresentações musicais até o que você puder imaginar. O SNL é um dos mais longevos programas da história da TV americana, já passando dos trinta anos de idade e quase chegando aos quarenta. Muitíssimo inspirado por Monty Python (que vai ter um post próprio alguma hora), ele foi adaptando o nonsense britânico para os EUA e acabou criando um estilo todo seu de humor com um sucesso e qualidade que podem ser vistos até hoje.

Outra coisa interessante é que essas noites de sábado ao vivo também serviram para vários artistas, hoje famosos, serem postos em teste para o público pela primeira vez. Pensar em nomes como Will Ferrel, Eddy Murphy e Mike Myers se deve muito ao começo da carreira desses caras nos shows ao vivo no palco do SNL. E dentre vários desses destaques, tenho que citar dois que vão servir pro que eu quero falar agora: John Belushi e Dany Aykroyd.


Os irmãos do Blues

Alguns quadros do Saturday Night Live, com seus personagens e temática chegaram a virar filmes. Alguns dos menos desconhecidos são os dois “Quanto mais idiota melhor” e “Cômicos e Cônicos”, não tenho muito o que falar desses aí que já são da década de 1990, uma década meio esquisita para muita coisa ligada a entretenimento (alguém acha que Backstreet Boys foi algo normal?).

“The Blues Brothers”, ou “Os Irmãos Cara de Pau” no Brasil, conta a história dos irmão Elwood (Aykroyd) e Jake (Belushi) tentando salvar o orfanato em que viveram após a saída de Jake Blues da prisão, para isso eles vão ter que reunir a Blues Brothers Band para um último show. “Tá, e daí?”, você me pergunta depois dessa sinopse ridícula. A questão é que não é só “salvar o orfanato e as criancinhas”, é “salvar o orfanato e as crianças com números musicais fodas, um elenco de explodir cabeças e a dupla Aykroyd-Belushi no seu auge como comediantes fazendo você passar mau de tanto rir”.Então, quando eles vão na Igreja pra tentar descobrir o que fazer quanto ao orfanato, eles não ficam lá de joelhos, orando e pensando na vida. Estamos flando de Blues Brothers e quando você vai à Igreja aqui você encontra James Brown como padre liderando um coro de gospel e soul que vai te fazer ficar cantarolando a mesma canção durante toda a semana.

Falar da soundtrack do filme é falar do elenco. O que não faltam são monstros da música como Aretha Franklin, Ray Charles, o já comentado James Brown e John Lee Hooker dando um show de talento a cada segundo que tem na tela. Os próprios protagonistas e a banda têm cenas e canções fantásticas, tudo misturando muito humor e uma cena de perseguição de carros mega divertida no final.

E se hoje Dany Aykroyd parece ter desaparecido das telas e dos filmes bons já há algum tempo e Belushi ter tido um empurrãozinho de uma overdose de cocaína para nos deixar mais cedo, vale ver ou rever esse grande filme. Se você tem preconceito com musicais, esqueça tudo, porque não tem musical mais divertido e indispensável que “The Blues Brothers”. Apesar de uma continuação que não fez jus nenhum ao original, vale à pena pegar o primeiro e (pra mim pelo menos) único pra nunca se arrepender.

Quadrinhos


Já faz um tempo que os roteiristas de histórias em quadrinhos começaram a querer dar um significado mais profundo para algo como a existência dos super-heróis. Desde a metade da década de 70 (ou antes até) que os caboclos voadores de collan nas HQ's norte-americanas começaram a ter uma importância mais verdadeira no universo em que existem. Não se trata mais de seres que salvam gatos da árvore, derrubam o lagarto gigante da semana e se limitam a receber só uma salva de aplausos de quem estava assistindo para mês que vem fazerem tudo de novo. Quando se começou a pensar no que pessoas assim significariam para o mundo é que os quadrinhos (ou arte sequencial para quem não gosta da expressão) tomaram um novo caminho.

É difícil apontar para um único divisor de águas nesse momento. Mais convencional seria falar de Whatchmen, que puxou os heróis de volta ao chão mostrando como eles afetavam o mundo ao redor e vice-versa. Marvels também valeria por mostrar o ponto de vista das pessoas comuns, seus medos e esperanças sobre os Vingadores, Hulk e Surfista Prateado que passavam por cima de suas cabeças todos os dias. Mas, se formos pensar dessa forma, até o papel Homem-Aranha na década de 60 já era criticado pelo Clarim Diário, jornal presente em suas próprias histórias. Assim, estabelecer marcos ou momentos de mudança fixos é muito, muito complicado, porém tentar encaixar essa ou aquela história como seguidora dessa nova tendência das HQ's não é tão difícil assim.


“O Reino do Amanhã” (Kingdom Come – DC Comics) pode ser classificado como produto dessa geração de escritores e desenhistas que pensavam tanto os quadrinhos quanto seus personagens de maneira diferentes. A minissérie em quatro edições mostra um futuro distópico onde Superman, Mulher Maravilha e todos os grandes representantes do que era ser um herói no princípio deram lugar a uma multidão de pseudo-heróis super-poderosos e igualmente violentos que não herdaram a preocupação de seus antecessores com a vida, afundando-se cada vez mais em lutas e destruição que acabam afetando os inocentes ao redor. Quando a irresponsabilidade e inexperiência desses novos super-seres causa um acidente catastrófico, a Liga da Justiça vê que é a hora de intervir como já devia ter feito há muito, porém esse é só o princípio do Armagedom que vai trazer o fim de todos os heróis ou da própria humanidade. E é dever do pastor Norman McCay ser a testemunha desse grande desastre e exercer um papel fundamental em sua conclusão.

Terminando de ler “O Reino do Amanhã”, não é tão simples entender porque essa é uma história tão importante e reverenciada. Claro que lá tem todo um ar meio épico, cenas de luta e batalhas lindas, além de ser muito divertido ver as versões futuristas dos grandes ícones da DC, mas até aí nada de tão especial assim. O que eu percebo no roteiro de Mark Waid é um forte sentimento de nostalgia e homenagem aos verdadeiros super-heróis. Num momento como a década de 90, em que a tendência das editoras era apostar em enredos mega violentos com personagens armados até os dentes, musculosos e muito mal desenhados, o “escoteiro chato” que era o Superman parecia não ter mais espaço para continuar sendo o que sempre foi, talvez deveria se entregar às mudanças. É inevitável ver as comparações que Waid quis passar na minissérie. Os tempos são outros, mas os símbolos e capas do passado são mais necessários do que nunca e é com Norman McCay que temos a principal ponte de ligação entre o leitor e a história. Ele dá o toque de humanidade como quem viu deuses andarem pela terra e agora tem que se ver de frente com o Apocalipse que eles mesmos causaram. Norman passa toda a sensação de impotência dos seres humanos que se veem encolhidos frente a poderes que não pode controlar, marcando os capítulos com as citações bíblicas que dão a contagem para o fim de tudo.

Além do pastor, muito destaque é dado ao Superman e Mulher Maravilha. Confesso que não gostei muito do azulão e da amazona nessa história mas consigo entender que a melancolia, frustração e agressividade dos dois era compreensível quando eles viam o mundo desabar ao seu redor não importa o quanto se esforçassem. Durante as edições mais razões são mostradas para os estados de espírito alterados de ambos, mas mesmo assim achei meio chato ver um Superman tão inseguro e desolado a toda hora.

Falar da arte mereceria um post a parte só para puxar o saco de Alex Ross. O artista tinha se destacado alguns anos antes em Marvels com seu estilo de desenho pintado de forma realística. O efeito que isso provoca dá humanidade aos personagens ao mesmo tempo que consegue engrandecer ainda mais os que já possuem força e velocidade sobre-humanas. Ross consegue dar dinamismo às suas pinturas ao mesmo tempo que enfia dezenas de personagens num mesmo quadro e se hoje ele se ocupa mais como capista, “O Reino do Amanhã” é uma excelente oportunidade de vê-lo trabalhando no miolo de uma revista.

Não sei se posso chamar “O Reino do Amanhã” de um verdadeiro clássico, acho que existem obras muito maiores em qualidade e importância do que esta. Mas ao mesmo tempo seria besteira ignorá-lo e chamá-lo de dispensável. Seja pela arte ou pelo roteiro, há razões de sobra para esse pequeno épico estar na prateleira de qualquer um.

Henry Selick: um ilustre desconhecido


Existem pessoas que trabalham no ramo do entretenimento (seja escrevendo, filmando, produzindo ou atuando) que simplesmente não conseguem a projeção necessária para serem lembradas e citadas casualmente. Existem várias razões para isso: falta de talento mesmo; poucas ou nenhuma oportunidade de mostrar o talento que têm; um reconhecimento injustamente modesto pelos trabalhos já feitos. E se há alguém que se encaixa na última categoria, esse alguém é Henry Selick.

Se você nunca ouviu falar desse nome, não tem problema nenhum, muito pouca gente conhece os trabalhos desse diretor ou já viu algum de seus filmes, mas simplesmente não ligou muito para sua presença nos créditos. Tendo na sua cinebiografia obras que nem meia dúzia de caboclos deve ter visto, Selick se destaca por fazer filmes bizarramente divertidos, com destaque para a parte do bizarro. Se você já viu “Monkeybone” e “Retorno a Oz” sabe do que eu estou falando e se não faz a menor ideia do que são esses filmes, dê uma rápida olhada no youtube para perceber que não foi pouco ácido que o cara ingeriu para começar a filmar.

Mas são de alguns filmes específicos dele de que eu quero falar. O mais estranho de Henry Selick não são só seus trabalhos, mas também o fato de, por causa de alguns deles, ser muito confundido com outro diretor (esse, mil vezes mais reconhecível) que traz uma estética muito semelhante no seu estilo: Tim Burton.

A ideia aqui é fazer um breve TOP 3 com os filmes de Selick que mais fazem as pessoas confundi-lo com Burton (ironia ou não, são esses três para mim suas melhores obras). Então vamos aos escolhidos:


  1. O Estranho Mundo de Jack

Sim, acreditem se quiserem: não foi Tim Burton quem dirigiu o adorado e conhecidíssimo Nightmare Before Christmas de 1993. E se tem uma razão para Henry Selick não ser lembrado como diretor desse filme é porque muita gente pensa o contrário.

Para escapar de qualquer suspeita é só dar uma olhada nos créditos e ver que Burton é só produtor do filme, mas é muito comum que se pense imediatamente neste quando se lembra do estilo infantil-gótico e no humor negro da aventura de Jack.

Apesar das semelhanças e aparências, seria injusto tirar o mérito de Selick como verdadeiro pai do cabeça de abóbora. A qualidade que apresentou nesse trabalho viria a se repetir em outros posteriores sempre mantendo seu estilo que não imita o de Burton (muito pelo contrário), mas sim desenvolve uma personalidade própria com base numa temática em comum. Exemplo tosco com certeza, no entanto dá para dizer (forçando um pouco) que, se Selick é uma xerox de T. B., o mesmo vale para “Uma Família da Pesada” (Family Guy) e “Os Simpsons” ou “Fringe” e “Arquivo X” (X Files).


  1. James e o Pêssego Gigante

É difícil dizer se esse aí é um filme tão pouco assistido assim. Conversando com várias pessoas eu pude ver que, para muita gente, “James e o Pêssego Gigante” foi algo muito presente durante a infância, mas, parece até maldição do Selick, ele é muito pouco lembrado.

Mas uma vez usando a técnica do Stop-Motion (onde a animação é feita filmando, quadro por quadro, a movimentação dos modelos dos personagens feita à mão), o diretor só reforça que é um dos poucos que consegue fazer coisas incríveis com um modelo de filmar já tão desvalorizado.

O filme em si parece um grande conto fantasioso que usa e abusa de todos os clichês possíveis: temos um protagonista e sua jornada, os coadjuvantes (um mais bizarro que o outro) seguindo os mais diversos arquétipos (a centopeia bom vivant, o grilo sábio, a joaninha como figura materna, etc.). Mas, só porque segue uma fórmula já estabelecida, não há demérito nenhum na simplicidade de "James e o...". Na verdade, a maior das qualidades do filme é que ele não tenta ser algo que não é, só basta entender a ideia que ele quer passar.

  1. Coraline


Se há quase vinte anos atrás se podia respeitar Henry Selick por dar continuidade à tradição dos Stop-Motion com seus longas animados, o que dizer quando ele continua a fazer isso hoje, quando a computação gráfica domina a indústria do cinema, e ainda em 3D?

Muitas décadas atrás, filmes como o “King Kong” original, “Jasão e os Argonautas” e “Simbah, A Lenda dos Sete Mares” impressionavam tanto quanto um “Avatar” o faz hoje em dia. Os efeitos especiais analógicos viveram, com estas produções, uma época de ouro em que a criatividade, o esmero e o cuidado estavam acima de orçamentos. Atualmente, a realidade é completamente diferente, tornando algo tão peculiar (acho que essa é a melhor palavra) quanto “Coraline” merecedor de uma recomendação.

Primeiro de tudo, o filme é baseado no livro infantil de Neil Gaiman, adaptando a obra deste que é um dos mais cultuados e prestigiados escritores dos últimos tempos (muito mais sobre ele em posts futuros com certeza). A produção segue bem fiel ao original, tendo sido acompanhada bem de perto e aprovada pelo próprio Gaiman.

Como já foi dito antes, se trata de uma animação em Stop-Motion. O que demonstra muita coragem, uma vez que se pode contar nos dedos aqueles que ainda tem disposição para encarar o trabalho monumental que é filmar com essa técnica (pode-se citar Tim Burton com “A Noiva-Cadáver”, a Aardman Animations – “Fuga das Galinhas”, “Wallace & Gromit”). Como se não bastasse, fazer tudo isso apostando num planejamento de filmagem todo voltado para o 3D (isso quer dizer que não são só coisas voando na sua cara).

O resultado final é uma animação que não deve em nada aos super-orçamentos de computação gráfica, uma história que não procura as facilidades e lugares comuns de outras produções e mais um ponto alto na carreira de Henry Selick que, espero eu, tenha ainda muitos outros trabalhos pela frente junto com um reconhecimento maior por tudo que tem feito até hoje.



Esportes- Copa do Mundo


Quartas-de-final

Holanda2X1Brasil
Partida com 2 tempos completamente diferentes. Na 1ª etapa, o Brasil apresentou a sua melhor atuação na Copa: dominou a seleção holandesa, articulando boas jogadas ofensivas com um desempenho consistente de Robinho e anulou as maiores virtudes do adversário (Sneijder esteve sumido e Robben não conseguiu realizar a sua jogada de vir do lado direito, cortar para dentro e chutar). Mas o maior pecado do Brasil foi só ter feito 1 a 0 e não ter matado o jogo.

Na 2ª etapa, tudo deu errado: o Brasil sofreu, logo no início, um raro gol com falha de Júlio Cesar, se abateu, não conseguiu mais ter a posse de bola com qualidade, foi envolvido, sofreu a virada e por fim ficou 1 jogador a menos após a expulsão de Felipe Melo. Nessas circusntâncias, a seleção brasileira não conseguiu reagir e cedeu frente aos holandeses.


Uruguai1X1Gana Pênaltis: Uruguai4X2Gana
Um confronto que pode ser considerado um dos melhores jogos da competição. No começo, o Uruguai mostrou-se melhor criando situações de maior perigo de gol sem, contudo, aproveitá-las. Isso permitiu com que Gana evoluisse e fosse, aos poucos, avançando seus jogadores e produzindo bons lances a partir da metade do 1º tempo que levaram ao gol de Muntari.

A 2ª etapa foi marcada por um extremo equilíbrio com as 2 equipes se revezando no ataque. O Uruguai obteve o empate com a cobrança de falta de Forlán. O final do jogo foi muito emocionante com a expulsão do uruguaio Luis Suárez e o pênalti perdido pelo ganense Asamoah Gyan.

A partida foi levada para uma prorrogação também cheia de equilíbrio que não contou com um vencedor. Nos pênaltis, o melhor aproveitamento do Uruguai o fez chegar às semi-finais.


Alemanha4X0Argentina
Um duelo claramente de opostos: o jogo coletivo da Alemanha em alta velocidade explorando toques precisos pelos lados do campo e as individualidades da Argentina altamente dependentes das arrancadas e da criatividade de Messi.

O estilo alemão prevaleceu. O gol marcado por Muller no início do jogo permitiu aos europues esperar mais e sair com rapidez nos contra-ataques, aproveitando a insegura defesa argentina.

A Argentina em desvantagem teve que sair com tudo para o ataque, mas em função da falta de um espírito coletivo não conseguiu superar o bem postado sistema defensivo alemão. Além disso, cedeu muitos espaços para o contra-ataque da Alemanha construir sua goleada e garantir a classificação.


Paraguai0X1Espanha
Surpreendentemente, o Paraguai adotou um sistema de marcação adiantado que dificultou e muito o estilo de jogo espanhol. Essa situação também tornou a partida truncada e nehuma das 2 seleções capaz de executar bem seus ataques.

No 2º tempo, a necessidade de conquistar a vitória tornou o jogo mais aberto e prazeroso. Nesse sentido, houve 2 lances que possibilitaram a melhoria da partida: os pênaltis perdidos por ambas as equipes. Tais momentos desencadearam altas doses de emoção e equilíbrio.

Porém, coube a Espanha, uma seleção mais farta de jogadores técnicos, decidir o jogo. O gol único, numa jogada bem trabalhada por Iniesta, Pedro e David Villa, levou os europeus à categoria de semi-finalista.


Semi-finais

Holanda3X2Uruguai
A Holanda avançou à final tendo a menos convincente das suas atuações. No 1º tempo, abriu o placar num chutaço de Bronckhorst num momento ainda indefinido do jogo. Depois disso, o Uruguai cresceu e na base da valorização da posse de bola, toques curtos e compactação dos setores chegou ao empate com Forlán.

A etapa final assistiu a um confronto mais disputado com o Uruguai mantendo a mesma estratégia e tendo chances reais de classificação. Mas foi a Holanda, que graças a uma maior presença ofensiva (Van der Vaart, Kuyt, Sneijder, Robben e Van Persie), decidiu o duelo marcando mais 2 gols.

A chegada da Holanda à final, assim como toda a sua campanha, se deceu não a um estilo de jogo bonito, mas sim a uma grande eficiência.


Espanha1X0Alemanha
O estilo de jogo alemão que vinha encantando a todos sucumbiu diante da dinâmica espanhola. É verdade que a ausência de Muller fez diferença para a Alemanha, mas também é verdade que os germânicos foram acuados na defesa e não conseguiram pôr em prática suas maiores qualidades. Os espanhóis conseguiram executar a sua principal característica de movimentação, posse de bola e troque de passes refinados que não deixaram a Alemanha criar muitas chances de gol.

Esse mesmo estilo espanhol também carrega uma de seus defeitos, por sinal bem presente na semi-final: a Espanha só tenta marcar gols bonitos e, por isso, peca por uma maior objetividade. No confronto com a Alemanha, assim como em outros jogos, a Espanha teve dificuldade em converter em gols a sua superioridade, mas novamente venceu pelo placar mínimo.

A classificação da Fúria, embora jogando talvez apenas 70% do seu potencial, chega merecidamente à final por, mesmo não repetindo grandes atuações de um passado recente, ser no geral melhor que seus adversários. Minha favorita ao título!

Séries


Será que o fim está próximo?

No último mês de junho terminou a 6ª temporada de House, transmitida pelo canal a cabo Universal Channel ao vivo às quintas-feiras às 23 horas e em reprise aos sábados às 20 horas. Aproveitando a parada desse seriado, esse post vai refletir um pouco se Dr. House, Wilson, Cuddy e cia. ainda podem fazer render outros anos tão inspirados como foram esses seis até agora.

Apesar de ainda colecionar um grande número de fãs, essa série vem sendo alvo de algumas críticas. Uma delas é o excesso de repetições de uma estrutura narrativa que dizem estar desgastada: em cada episódio aparece um caso misterioso, aparentemente sem solução, que, invariavelmente, é resolvido no final com explicações bizarras. Não posso negar que essa é a base da produção, mas nem por isso uma desvantagem. O seu espírito "sherlockiano" (prestem atenção nas inúmeras semelhanças entre House e Sherlock Holmes, como o nome do homem que atirou no médico chamado Moriarty, justamente o nome do maior inimigo do famoso detetive) com seus médicos se comportando como verdadeiros detetives, que investigam as mais misteriosas doença e um clima de mistério prenderam e despertaram não apenas a minha atenção e curiosidade, mas também a de inúmeras pessoas ao redor do mundo.

Outra crítica passa pelo seu protagonista. Algumas pessoas não mais se satisfazem em ver o ar de superiodade do Dr. House e sua capacidade, dizem forçada e entediante, de resolver sozinho vários casos médicos. Nesse ponto eu discordo fortemente: no personagem principal prevalece nem tanto essa questão anterior, mas sim, o seu humor peculiar, o uso de métodos pouco tradicionais (muitas vezes nada éticos), não confiar nos pacientes e demonstrar respeito zero pela dor de quem quer que seja. Tais características fizeram com que diversos fãs elegessem House um dos melhores personagens da TV (eu sou um deles!).

Mas como um pesonagem tão rude, anti-social e durante muito tempo viciado no medicamento Vicodin faz tanto sucesso? Simplesmente pelo fato de que o médico representa o desejo do público por algo diferente do chatíssimo politicamente correto de outras mídias. Contribuindo para isso, deve-se a brilhante atuação de Hugh Laurie, vencedor de prêmios no Emmy e no Globo de Ouro, na construção de personagem tão singular.

Esses elemento, é verdade, permanecem constantes durante todas as temporadas, porém pode-se perceber algumas novidades muito interessantes. Na 6ª temporada, foram feitos episódios com um formato bem diferente dos outros, como episódios centrados no dia-a-dia de Cuddy e Wilson e o espetacular início da última temporada, mostrando a internação de House numa clínica psiquiátrica.

Além disso, a forma como a 6ª temporada terminou (claro que não vou divulgar nenhum spoiler) deixou uma série de novas situações em aberto que podem ser exploradas futuramente pelos roteiristas. E, obviamente, todas essas situações vão continuar proporcionando momentos inteligentes, divertidos e por vezes emocionantes.

Uma coisa, entretanto, não devemos ignorar: inevitavelmente o fim está sim próximo. Não por um desgaste excessivo da estrutura ou uma queda de audiência, mas sim, porque estamos chegando ao momento crítico de que a história precisa atingir a sua conclusão. Resta aos produtores, roteiristas, diretores e atores preparar o terreno para um desfecho à altura do melhor médico que a televisão mundial já viu.


Vingança, doce Vingança

Uma coisa de que eu sempre tento fugir é daquela ideia de que produções que estão fora do eixo de Hollywood são todas muito herméticas, pretensiosas e feitas só para meia dúzia de críticos assistirem. E para mim, foi sempre interessante comprovar que o cinema não se limita somente àquele estética norte-americana com que estamos acostumados.

Por isso, nada mais justo do que dar uma chance para que o maior número de pessoas conheça este cineasta que, sem sombra de dúvida, merece ter seus filmes assistidos, mesmo que só por curiosidade: Park Chan-Wook. Infelizmente, o trabalho desse cara chega com muita dificuldade por aqui, mas as suas principais obras podem ser encontradas com certa facilidade. E é justamente delas que eu quero falar rapidamente aqui, a trinca de filmes que formam a incrível Trilogia da Vingança – Mister Vingança (Sympathy for Mr. Vengeance; 2002), Old Boy (2003) e Lady Vingança (Sympathy for Lady Vengeance; 2005).


Mister Vingança: Ryu (Shin Ha-Kyun) é surdo-mudo. Sua adorada irmã precisa com urgência de um transplante de rim. Na ausência de doadores compatíveis, Ryu recorre ao mercado negro, mas é trapaceado e perde todas suas economias, bem como o próprio rim. Ryu então é convencido por sua namorada a seqüestrar a filha de 4 anos do empresário Dong-Jin (Song Kang-Ho) para custear a cirurgia de transplante. Mas o seqüestro não funciona como esperado: a irmã de Ryu se suicida e a menina raptada morre afogada. Sem outros motivos para viver, Dong-Jin e Ryu vão preparar implacáveis planos de vingança um contra o outro.

Old Boy: 1988. Oh Dae-su (Choi Min-sik) é um homem comum, bem casado e pai de uma garota de 3 anos, que é levado a uma delegacia por estar alcoolizado. Ao sair ele liga para casa de uma cabine telefônica e logo em seguida desaparece, deixando como pista apenas o presente de aniversário que havia comprado para a filha. Pouco depois ele percebe estar em uma estranha prisão, que na verdade é um quarto de hotel onde há apenas uma TV ligada, no qual recebe pouca comida na porta e respira um gás que o faz dormir diariamente. Através do noticiário da TV ele descobre que é o principal suspeito do assassinato brutal de sua esposa, o que faz com que tente o suicídio. Sem obter sucesso, ele passa a se adaptar à escuridão de seu quarto e a preparar seu corpo e sua mente para sobreviver à pena que está sendo obrigado a cumprir sem saber o porquê.

Lady Vingança: Aos 19 anos Lee Geum-Ja (Lee Yeong-Ae) é condenada a 13 anos de prisão pelo seqüestro e assassinato de um menino de 6 anos. Ela está acobertando o verdadeiro culpado, seu namorado e professor Sr. Baek (Choi Min-Sik). Quando descobre que está sendo traída, Geum-Ja passa todo o seu tempo na cadeia preparando uma vingança para o ex-amante. Treze anos depois ela sai da cadeia e, com a ajuda de algumas ex-colegas da prisão, encontra Srr. Baek e põe em prática seu minucioso plano.
(Fonte: www.adorocinema.com)


Os três filmes, apesar de serem classificados como uma trilogia, não tem ligação nenhuma um com o outro. O único elo entre eles é basicamente a temática central e principal motivação dos protagonistas de cada um: vingança. Então, cada obra apresenta personagens que vivenciaram alguma tragédia e estão dispostos a tudo para encontrarem os culpados pelo seu sofrimento e darem para estes a retribuição devida. Apesar de não se complementarem como as três partes de uma grande narrativa (não se trata de Senhor dos Anéis), cada filme é, por si só, uma história incrível de se acompanhar até o final. Aliás, todos os três finais tem uma reviravolta que explode cabeças e provoca as mais diversas reações nos telespectadores. Talvez, o maior mérito dos trabalhos de Chan-Wook seja conseguir fazer a pessoa se sentir tão completamente envolvida na trama, que ela não consegue se sentir indiferente frente aos acontecimentos e realmente se emociona (não necessariamente de uma forma boa) com o desenrolar das situações.




Esportes- Copa do Mundo

Essa Copa pode não ser a mais brilhante tecnicamente com as seleções apresentando atuações das mais plásticas, entretanto não se pode negar que a emoção está presente quase que diariamente. Alguns exemplos disso foram certas situações emocionantes da 3ª rodada da fase de grupos, como o disputado Eslováquia3X2Itália pelo grupo F, a decisão no último minuto da classificação dos EUA com a vitória sobre a Argélia no grupo C, as chances reais de classificação de todas as seleções do grupo D (Sérvia, Alemanha, Gana, Austrália) e as brigas concretas entre Espanha, Suíça e Chile no grupo H.

Também não se pode negar que algumas partidas das oitavas-de-final foram bem disputadas e até agradáveis de serem assistidas como foi o caso de Alemanha4X1Inglaterra, Argentina3X1México e Espanha1X0Portugal. Que pena, contudo, que tivemos um confronto tão enfadonho como Paraguai0X0Japão (e vitória nos pênaltis do Paraguai) para depreciar a imagem das oitavas-de-final.

Quartas-de-final

HolandaXBrasil
Partida que promete ser muito interessante, pois qualquer uma das seleções pode avançar de fase. O Brasil, com sua sólida defesa e a regularidade de atuações de Lúcio, pode barrar o forte ataque da Holanda com Sneijder, Kuyt, Robben e Van Persie, mas encontrará grandes dificuldades. Já o eficiente e talentosom e sistema ofensivo de Kaká, Robinho e Luis Fabiano te tudo para aproveitar o ponto fraco da seleção holandesa: a defesa
Palpite: Brasil2X1Holanda

UruguaiXGana
Com ceteza, o jogo mais curioso dessas quartas-de-final. Nenhum analista poderia imaginar que essas duas seleções chegariam tão longe na Copa. Gana por ter conseguido repetir os feitos de Camarões em 1990 e Senegal em 2002 e o Uruguai por ter recuperado um pouco de sua tradição ao voltar a uma fase decisiva depois de um longo tempo. Ambas as equipes destacam-se por um eficiente sistema defensivo, mas o fato de o Uruguai, em termos técnicos e ofensivos, ter mais opções deve fazer a diferença.
Palpite: Uruguai0X0Gana (prorrogação- Uruguai1X0Gana)

ArgentinaXAlemanha
Promessa de ser o melhor jogo da Copa até agora por reunir as 2 seleções que mais conseguem atuar de forma convincente. A Alemanha, é verdade, apresenta um jogo coletivo mais consistente com destaque para Lahm, Schweinsteiger, Ozil e Muller, mas a Argentina possui Lionel Messi, o atual melhor jogador do mundo. Messi ainda não marcou na Copa, por isso os deuses do futebol devem estar reservando algo especial e acredito que seja a classificação da sua seleção com uma atuação de gala do seu principal jogador.
Palpite: Argentina3X2Alemanha

EspanhaXParaguai
A seleção espanhola vem evoluindo desde a estreia quando perdeu para a Suíça, mas ainda está abaixo de todo o seu potencial, visto o baixo número gols marcados (6 gols em 4 jogos. Já o Paraguai vem apresentando uma equipe bem organizada e consciente de suas limitações, que, no entanto, acredito já ter chegado ao limite na Copa. Boa oportunidade para a Espanha deslanchar rumo às semi-finais.
Palpite: Espanha3X0Paraguai
 
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