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The Human Centipede


Crítico convidado: Daniel Schneider Bastos

Estava eu perambulando pela Internet, visando aqueles sites que constituem o seleto grupo de minhas leituras diárias, quando me deparo com um trailer de um filme com o peculiar nome de The Human Centipede, uma película que vinha sendo muito premiada em festivais de cinema europeus e parecia estar causando bastante rebuliço entre alguns cinéfilos de gosto duvidoso. Pelo nome imaginei se tratar de um filme pornográfico, ainda mais levando em conta que o filme era holandês. Quando o trailer acabou, precisei de alguns segundos para processar as imagens perturbadoras que havia acabado de presenciar. E jurei para mim mesmo que não descansaria até ver essa pérola.

Passados alguns meses após esse dia, eu finalmente me conformei como fato de que esse filme jamais passaria nos cinemas do Rio de Janeiro (apesar de ter passado no II Festival Internacional de Cinema Fantástico, em São Paulo), e que também não seria lançado em DVD no Brasil. Dessa forma, me lancei em uma rápida pesquisa por sites obscuros, e não tardei a encontrar The Human Centipede disponível para se assistir online. Antes de clicar no botão de play, hesitei por um instante e refleti se não seria melhor não ver o filme e mantê-lo como uma lenda em meu imaginário. O trailer que eu havia visto ficara tão marcado em minha mente que eu temia desmistificar o filme assistindo a obra. Mas se eu não tivesse reunido toda minha coragem para clicar no play, eu não estaria aqui agora para escrever essa resenha.

Se você está lendo esse texto até agora, deve estar se perguntando: afinal, o que é The Human Centipade? De fato, já estamos no terceiro parágrafo e já está na hora de começar a falar do filme. Comecemos pela sinopse: uma dupla de turistas estadonidenses está fazendo um tuor pela Europa, quando o pneu do carro delas estoura bem no meio do interior da Holanda. Procurando ajuda, elas vão até o que parece ser a única casa das redondezas. Lá dentro, encontram um cirurgião doentio que não hesita em dopá-las e levá-las para sua sala de cirurgias no porão, onde pretende transformá-las em uma espécie de centopéia humana (dã!), unindo-as pelas extremidades de seus sistemas digestivos. Se você matou as aulas de biologia da sexta série e não entendeu o que eu quis dizer, explicarei em termos leigos: o cirurgião pretende costurar a boca de uma no ânus da outra.

Após uma sinopse como essa, fica fácil entender porque eu fiquei tão empolgado com esse filme sem nem ao menos tê-lo visto. Esse provavelmente é o enredo mais bizarramente original da história do cinema. Entretanto, não basta uma boa (boa?) idéia para se fazer um bom filme (toma essa Shyamalan), e um filme que tinha tudo para ficar marcado no hall da fama dos filmes trash acaba sendo estragado por uma série de desleixos técnicos, que serão analisados nos próximos parágrafos.

The Human Centipede é um filme com poucos personagens e, por extensão com, com poucos atores. Basicamente, temos as duas turistas chamadas Jenny e Lindsay (interpretadas por Ashlynn Yennie e Ashley C. Williams, respectivamente), o cirurgião Joseph Heiter (Dieter Laser) e o japonês Katsuro (Akihiro Kitamura), que também irá participar do experimento como cobaia. O que esse punhado de atores tem em comum, além de serem ilustres desconhecidos? Eles são todos péssimos atores. São tão ruins que é impossível sentir compaixão pelas pobres vítimas do Dr. Heiter, ou muito menos sentir medo ou raiva do vilão do filme.

Entretanto, o pior não fica por parte do cast, e sim do diretor / roteirista / editor do filme, Tom Six. É verdade que o cara mandou bem quando pensou na idéia do enredo, mas na hora que foi o escrever o roteiro, bem (...), digamos que tem horas que eu cheguei a me perguntar se eu não estava vendo uma versão editada do filme, pois tem horas em que parece que estão faltando cenas, tamanha a má condução do andamento do filme. Isso para não falar nos diálogos, que de tão ruins e óbvios parecem àquelas gravações das aulas de inglês que passavam para a gente no ensino fundamental. A cena em que as duas moças são abordadas por um motorista na estrada tem falas tão ridículas que parece um filme de comédia. É verdade que quem vê um filme chamado The Human Centipade não pode esperar diálogos dignos de um Tarantino, mas nesse caso, eu até fiquei feliz pelo fato de os personagens passarem metade do filme com a boca no ânus do outro e pararem de falar.

Mas se Tom Six se mostra um péssimo roteirista, ele não fica atrás como diretor. Quem já viu a nova trilogia de Star Wars sabe como um diretor ruim é capaz de destruir um filme e desorientar bons atores como Natalie Portman e Ewan McGregor, e no caso de The Human Centipede, a direção consegue fazer os quatro piores atores do mundo parecerem ainda piores.

Podemos dividir o filme em dois momentos: um primeiro que mostra o Dr. Heiter reunindo suas vítimas e indo atrás de uma das turistas que tenta fugir da casa, e um segundo momento mais voltado para o “funcionamento” da centopéia. Qualquer um que se deu ao trabalho de ver ao trailer percebeu que o Dr. Heiter consegue de fato “montar” a sua criatura. Dessa forma, eu pensei que a primeira parte do filme seria extremamente angustiante, pois apesar dos esforços das protagonistas para escapar de sua sina terrível, todos saberíamos que tudo aquilo era inútil. Mas como eu disse anteriormente, as protagonistas são tão não-carismáticas que você acaba torcendo para elas se darem mal. Quanto á segunda parte, posso afirmar que consegue ser bem nojenta e repulsiva, mas sem recorrer à violência gratuita como é o caso das infindáveis continuações de Jogos Mortais, sendo este talvez o único mérito do filme.

O resultado de tantos problemas é que você passará mais tempo rindo dos diálogos ou das ridículas expressões faciais do Dr. Heiter que ficando tenso ou enojado, o que é uma coisa bem complicada para um filme que se propõe a ser de terror. Minhas conclusões são: primeiro, The Human Centipede é um tremendo desperdício para uma boa idéia e, segundo, não é preciso muito para ser premiado nesses festivais de cinema que rolam Europa afora.

Curiosidades:

- The Human Centipede é talvez o único filme trilíngue do mundo, com diálogos em inglês, holandês e japonês. Felizmente, o filme vem com legendas em inglês para essas duas últimas línguas, enquanto que as conversas em inglês são tão toscas que mesmo que nunca fez curso de língua estrangeira consegue entender.

- O diretor / editor / roteirista do filme já anunciou uma seqüência, contando com um orçamento maior (o primeiro filme custou “apenas” 1,5 milhões de euros), e dessa vez mostrando uma centopéia com doze pessoas. Aliás, ele diz que já tem idéias para uma terceira película. Não sei se isso é uma promessa ou uma ameaça.

- Uma paródia pornográfica do filme, intitulada The Human Sexipede, será lançada em Outubro de 2010. É, esse aí eu não vou ter coragem de assistir.



Edward Mãos de Tesoura



Tim Burton é um cara muito estranho...Quero dizer, não estranho do jeito óbvio que ele é, mas é muito bizarro ver a lista de filmes do diretor. Ele parece se dividir entre trabalhos totalmente autorais, que parecem que carregam sua assinatura em cada cena, e outros filmes que parecem meio que encomendados (algo do tipo: paguei a reforma da cozinha dirigindo Planeta dos Macacos). Mesmo que hoje seja muito questionado pelas suas produções mais recentes, é inegável que, no começo da carreira de Burton, uma coisa que não se podia criticar era a qualidade dos seus filmes. E não tem melhor exemplo que isso que Edward Mãos de Tesoura.

Particularmente, eu sempre achei muito complicado classificar essa que, para muitos, é a obra-prima de Tim Burton. Já ouvi e li chamarem o filme de “fábula gótica”, “fantasia com toques de terror” e até “crítica à sociedade norte-americana de classe média”. Acho que dizer que Edward... não é nada disso é exagero, talvez seja essas três coisas juntas e muito mais ou pode ser o que qualquer um quiser. Mas acho que, acima de tudo, nesse seu primeiro grande sucesso como diretor, o maluco despenteado consegue acertar todas as vezes.

A premissa não tem muita coisa de original. Temos o estranho que chega na cidade mais irritantemente normal e American Way of Life do subúrbio norte-americano. Lá ele começa deslocado, depois todo mundo se encanta com a esquisitice e por último é jogado fora e ignorado pelas mesmas pessoas que antes o colocaram no centro do mundo (nada mais clássico do ser humano). Nesse meio período ele encontra um grande amor, amigos e um inimigo pra enfrentar. Simples assim e melhor impossível.

Nesse meio temos personagens muito bem colocados e apresentados, mas nenhum que se iguale ao próprio Edward. Johnny Depp com certeza fez coisas incríveis depois, mas parece que ele despendeu um carinho especial na hora de criar o Mãos de Tesoura. Digo isso porque em nenhum momento coisas como as tesouras, as roupas ou a pele pálida cheia de cicatrizes chegam a se sobressair sobre a interpretação de Depp, essa sim o grande trunfo e diferencial do filme junto com todo o background do personagem que, apesar de não fornecer explicação nenhuma (a criação de um cientista maluco para ser o filho perfeito...porra Tim Burton!), o torna mais apaixonante ainda.

Se já nos seus primeiros curtas e longas metragens, Burton se diferenciava por uma direção artística e ambientação muito particulares, dessa vez ele atinge o equilíbrio que sustenta em seus filmes até hoje. É impossível pensar naquele estilo “gótico encontra a terra do pirulito” e não associar diretamente ao diretor, que conseguiu levar isso até para filmes mais comerciais como os dois Batman que dirigiu. Para quem gosta de estudar esse lado mais voltado para plástica e estética dos cenários e caracterizações, é muito legal ver toda a inspiração que Burton tira do expressionismo alemão (O Gabinete do Doutor Caligari, Nosferato e alguns outros).

Pros fãs de listas de “filmes obrigatórios”, Edward com certeza entra fácil, fácil em uma dessas. Antes do senhor Burton se empolgar e exagerar com os Alices da vida, as histórias e personagens bizarros e a palheta de cores infinita eram garantia de filmes excelentes. Viver do passado pode não ser a melhor coisa do mundo, mas com certeza pode te fazer esquecer algumas besteiras do presente.

Um novo Brasil



O Mundial masculino de Basquete disputado na Turquia chegou ao fim no último domingo, no dia 12 de setembro, com surpresas, decepções e confirmações como toda competição que se preze. Canadá e Porto Rico podem ser considerados as decepções pelas precoces eliminações na 1ª fase mesmo tendo boas equipes; Lituânia e Eslovênia foram boas surpresas, a primeira sendo convidada ganhou a medalha de bronze e a segunda eliminada nas quartas-de-final pela Turquia; e claro uma confirmação foi o título dos EUA, que embora não tendo levado sua seleção principal foi muito bem representada por um time jovem e de muita qualidade com destaque para Kevin Durant.

Mas, esse post vai se concentrar mais na campanha do Brasil. Antes do início do torneio a perspectiva não era das melhores: os últimos desempenhos brasileiros em Mundiais foram negativos com atuações abaixo da média e faz precisos 14 anos que o nosso país disputava pela última vez uma Olímpiada (Atlanta 1996). Contudo, sobretudo graças à chegada do técnico argentino Rubén Magnano, o trabalho melhorou e, pode-se dizer, que os resultados qualitativamente avançaram.

Vendo friamente o resultado não avançou tanto, afinal em outras edições do Mundial o Brasil já chegou às oitavas-de-final. Foram as atuações que mostram como o trabalho está se desenvolvendo. Nas duas primeiras partidas contra seleções mais fracas, Irã e Tunísia, não se construi uma vantagem compatível com a diferença entre as equipes; contra os EUA, a seleção apresentou um grande jogo e equilibrado, perdendo apenas por detalhes; contra a Eslovênia o apagão do segundo quarto prejudicou qualquer possibilidade de vitória; e contra a Croácia houve a melhor perfomance do time brasileiro, garantindo a classificação em terceiro lugar para a fase seguinte. As oitavas-de-final marcaram o confronto com a rival Argentina. Nesse jogo, a seleção brasileira até se esforçou para se superar e fez um jogo bem equilibrado, porém não conseguiu marcar o destaque argentino Scola e perdeu por 93 a 89.

Analisando coletivamente o Brasil, houve sensíveis evoluções: percebe-se agora um trabalho mais organizado de armação das jogadas e estratégias mais bem traçadas de ataque e defesa. Quanto as participações individuais dos jogadores, aparceu algumas irregularidades como os bons momentos de Thiago Splitter e Marcelinho Machado e principalmente nosso melhor jogador o Marcelinho Huertas, ao mesmo tempo que outros jogadores não mostraram todo o seu potencial como Leandrinho e Guliherme Giovannoni.

Colocando na balança as maiores virtudes e maiores defeitos da campanha brasileira, acredito que o saldo tenha sido positivo. O papel da seleção ainda não atingiu um patamar de grande desenvolvimento como é o caso da Argentina, mas as melhorias, que nos colocam num nível intermediário do basquete internacional, já existem. Deve-se agora continuar o projeto com o técnico argentino Rubén Magnano, porque esse já vem se mostrando ser o caminho certo a seguir. Um bom resultado já veio, falta dar continuidade a isso e traçar planos para desenvolvimentos ainda maiores com resultados dignos de um grande país como o nosso.

Uma boa oportunidade para elevar o trabalho de resgate do basquete brasileiro será o Pré-Olímpico que será disputado na Argentina. O título dos EUA nesse Mundial e sua consequente classificação para as Olímpiadas podem facilitar o caminho do Brasil na tentativa de voltar a disputar os Jogos Olímpicos, já que nossa seleção poderia ocupar uma das vagas disponíveis junto com a Argentina. A dificuldade seria outras seleções que poderiam ocupar essas vagas como Canadá, Porto Rico e República Dominicana. Bem teremos que esperar para conferir se a evolução do Brasil pode tornar ou não esse caminho de volta para as Olímpiadas mais fácil.

O Novo Midas de Hollywood



Podem me chamar de fã boy ou qualquer outra coisa, mas defendo a tese de que J.J. Abrams, atualmente, é o cara de Hollywood: tudo que ele faz dá certo. Ou melhor, sem cair em generalizações que levam a exageros acríticos, a maioria do que ele faz é de extrema qualidade porque todos nós estamos sujeitos a alguns erros e derrapadas. E este post é para aqueles que concordam com isso ou com quem precisa prestar mais atenção no sr. Abrams.

Antes de vender o meu peixe, um rápido quem é ele. Jeffrey Jacob Abrams nasceu em 27 de junho de 1966 em Nova York e criado em Los Angeles. É produtor de cinema e televisão, escritor, compositor e ator. Ele já fez muita coisa, como o roteiro de Armageddon e atuações em filmes como Diabolique, mas o que quero mesmo é selecionar cinco exemplos de como J.J. Abrams vem desenvolvendo ótimos projetos: no campo das séries Lost e Fringe e no cinema Star Trek, Cloverfield-Monstro e Missão Impossível 3.



Lost: Uma das melhores séries dos últimos tempos. Apesar de sofrer críticas dos fãs em relação ao seu desfecho (com as quais eu concordo em parte, afinal acho que o final merece apenas uma nota 6, passável mas sem louvores), a proposta que permeou as seis temporadas foi de uma originalidade e criatividade ímpar: mistérios incríveis, clima de suspense e tensão bem desenvolvidos, personagens muito bem construídos e interessante estrutura narrativa de continuidades da história, flashbacks e flashforwards. J.J. Abrams foi um dos criadores, escritores, produtor executivo e diretor.

Fringe: Contém elementos de Arquivo X e Lost. Embora sua audiência não seja das melhores, apresenta uma história cativante para os fãs da ficção cientifíca ou para aqueles que buscam boas histórias. Consegue discutir muito bem os limites entre ficção e realidade, apostando em casos que misturam a ciência e o sobrenatural, além de personagens de grande complexidade como Olivia Dunham e Dr. Walter Bishop. J.J. Abrams foi um dos criadores, escritores e o produtor executivo.


Star Trek: Retoma a clássica série de forma extremamente convincente, agradando tanto fãs de carteirinha como os leigos. Muito boa interação entre os personagens da tripulação, efeitos visuais de grande qualidade e combates dirigidos de maneira impecável. Recomeçar a história poderia ser um tiro no próprio pé, mas o modo como foi contada a trama deixa todos os espectadores empolgados e concentrados até a chegada dos créditos finais. J.J. Abrams dirigiu e produziu.


Cloverfield- Monstro: Não deve ser levado a sério como uma grande obra do cinema, complexo e cheio de significado, mas sim como uma forma de diversão e entretenimento pura. Para isso, a perspectiva de acompanhar os fatos a partir da camêra usada pelos protagonistas bem ao estilo As Bruxas de Blair é muito legal. Essa atitude deixa um forte clima de tensão e alguma dose de originalidade para se acompanhar um filme montro/destruição bem empolgante. J.J. Abrams produziu.


Missão Impossível 3: Depois do erro que foi Missão Impossível 2, o terceiro da franquia veio para trazer a trama de volta aos eixos. Boa conexão entre a ação e os momentos de maior tensão com aqueles de desenvolvimento da história e dos personagens. Embora alguns pontos do roteiro deixem a desejar, como o tosco final, vale a pena conferir um bom filme de espionagem. J.J Abrams foi um dos escritores e o diretor.


Outros trabalhos de J.J. Abrams não tive grande contato, mas pelo que se comentam Felicity e Seis Graus de Separação foram seus projetos mais fracos, críticas muito mais negativas e os menores índices de audiência e Alias foi o seu primeiro sucesso e boas receptividade entre o público e a crítica.

Fica aí então a homenagem a um dos maiores trabalhadores atualmente de Hollywood, seja dirgindo, escrevendo ou produzindo e a úlitma dica: o próximo projeto dele deve ser Super 8, o até então misterioso trabalho de poucas notícias que será produzido por Steven Spielberg. Confiram esse e as demais empreitadas do sr. Abrams tendo em mente que serão mais de 50% as chances de você gostar do que estiver vendo.

Star Trek


O termo reboot vem sendo muito utilizado nos últimos 5 anos para uma prática comum do cinemão de Hollywood. Quando um estúdio tem uma franquia e não sabe bem o que fazer com ela, quais são as opções? Tentar desenvolver melhor as ideias dos filmes já feitos, chamando gente competente para trabalhar na produção e direção? NOT! O mais comum mesmo é reiniciar o PC e começar tudo do zero, podendo abrir espaço pra coisas boas ou para verdadeiras bombas. Essa “política” já teve vários alvos: ícones do terror como Fred Kruger e Jason indo até o Batman são exemplos de fracassos e sucesso. Na ficção científica, se tem um reboot que merece uma salva de palmas em pé, esse é Star Trek.


O ano de 1966 marca uma momento histórico para a televisão e o gênero sci-fi. Quando a Série Clássica de Star Trek chegou às televisões norte-americanas, trouxe junto consigo coisas muito mais importantes do que efeitos especiais ridículos e maquiagem tosca. Afinal, em plenos anos de Guerra Fria, um programa que mostra personagens tão diferentes de tantas formas possíveis (temos russos, americanos, asiáticos, negros e alienígenas dividindo espaço na USS-Enterprise), não pode ser classificado como convencional. Começando a partir daí como um fracasso de público para depois virar cultuada, o que manteve a série viva foi uma fiel base de fãs que sustentou as três temporadas e outros seis filmes com Capitão Kirk e sua tripulação na sua missão de 5 anos indo até onde homem nenhum jamais esteve.

Depois vieram outras encarnações da série como A Nova Geração, Deep Space Nine, Voyagers e muitas outras, umas conquistando um maior sucesso e outras fracassando no objetivo de manter a longevidade da série. Chegamos assim nos anos 2000 com uma franquia praticamente morta, só sustentada mais uma vez por uma base de admiradores fiéis de histórias que já não atingiam o público atual. Tudo isso muda quando chega J.J. Abrams com um projeto para ressuscitar o nome Star Trek nos cinemas.


Com todas as pompas de superprodução, a proposta de revisitar os personagens clássicos, mas com mudanças significativas na maneira de tratar a mitologia da saga conseguiu agradar trekkers e não-trekkers (algo louvável diga-se de passagem).

O filme mostra o começo de Jim Kirk, Spock e McCoy na Frota Estelar a bordo da Enterprise. Porém, muito mais do que atualizar as histórias já contadas na televisão, o roteiro de Roberto Orci e Alex Kurtzman abre uma nova gama de possibilidades para a franquia. Como? Usando o recurso mais batido e eficiente que se poderia usar: viagem no tempo. O grande vilão do filme é o Capitão romulano Nero que teve seu planeta natal destruído e culpa os membros da USS por isso. Então o que ele faz? Volta no tempo (!) para pegar Kirk, Spock e cia. no momento que eles menos esperam (literalmente). Só que ao fazer isso o próprio Nero provoca alterações na linha temporal que criam toda uma nova realidade para os personagens do filme (para saber mais é só pesquisar por Teoria das Cordas no Google ou Wikipedia). Fazendo isso, Abrams se livrou da obrigação de ter que seguir perfeitamente toda a continuidade da Série Clássica, garantindo liberdade agora e nas sequências para contar histórias novas e independentes.

E apesar de algumas saídas muito fáceis e gratuitas no roteiro, todo o desenvolvimento do filme é excelente. Tanto aqueles que conhecem quanto os leigos vão adorar os protagonistas e a interação entre os principais membros da tripulação. Os efeitos especiais são um show a parte, dando para ver todo o esmero e cuidado na hora de criar a ambientação e as cenas de batalhas entre naves. Para os fãs fica só uma expectativa maior para ver o que a equipe de J.J. reservou para as continuações (com certeza não sou só eu que quer ver klingons em Star Trek 2 – também conhecidos como os espartanos do espaço).

Mesmo que esse post só seja uma desculpa para fazer um mini-especial sobre J.J. Abrams (ordens do chefe), fica mais do que recomendado, para os que ainda não tiveram chance ou interesse em assistir, esse retorno grandioso de Jornada nas Estrelas à fronteira final.
 
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