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Este blog é para todos aqueles que quiserem compartilhar boas formas de lazer e entretenimento, desde cinema e séries até quadrinhos e esportes. Sugestões serão sempre bem-vindas e incentivadas.

Para separar os homens dos meninos


"Esse filme tá muito macabro". Após uma das cenas mais tensas de Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte I, pude ouvir numa fileira logo atrás da qual eu estava no cinema a frase citada. Para mim, esse pensamento instantâneo e nem um pouco planejado resume a transição dessa franquia na tela grande: os primeiros, A Pedra Filosofal e A Câmara Secreta, dirigidos por Chris Columbus tinham um toque leve e ingênuo; O Prisioneiro de Azkaban, dirigido por Alfonso Cuarón, apostou num viés mais sombrio; os filmes seguintes, O Cálice de Fogo, A Ordem da Fênix e O Enigma do Príncipe, mantiveram o tom mais misterioso com altos e baixos; e por fim, nessa primeira parte da última obra o conceito de sombrio é elevado ao mais alto grau.

A atmosfera fechada dos mais recentes longas cresceu muito graças ao diretor David Yates. Se seu Enigma do Príncipe já possuía essa parte técnica refinadíssima, as Relíquias da Morte deixa tudo mais sombrio, arriscado e melancólico. A fotografia com uma paleta de cores resumida ao cinza e à completa escuridão e uma sequência de cenas mais intimistas criam um ambiente de tensão, medo, melancolia, ciúmes, raiva e solidão nunca antes visto nas produções anteriores. Vale destacar também, é claro, boas cenas de ação, uma primorosa direção de arte e precisos efeitos especiais (sem precisar recorrer ao 3-D).

Amadurecimento é, além de sombrio, uma palavra que define muito bem As Relíquias da Morte. Tudo está muito mais desenvolvido: a direção ainda mais segura de David Yates, a sustentação técnica, os personagens e a história. Essa última, retratando a luta de Harry, Rony e Hermione para destruir as Horcruxes de Voldemort sem a segurança de Hogwarts ou de um tutor como Dumbledore, inevitavelmente, conduz a obra para questionamentos mais complexos. Agora, a dúvida não é mais passar ou não para um próximo ano em Hogwarts, mas sim, saber se será possível continuar vivendo.

E os detalhes que muitos dos fãs mais radicais (eu inclusive) reivindicavam a todo custo? Acredito que pela primeira vez houve uma completa combinação da visão do diretor com a base mais detalhista dos livros. Provavelmente, a divisão em duas partes permitiu com que fosse viável se concentrar mais em camadas da história antes pouco trabalhadas. Enquanto assistia, repassava mentalmente a trajetória do livro em busca de acertos ou erros e colocando na balança os acertos foram enormes e ajudaram a contar uma boa história, apesar de tudo de ruim já feito até então.

Quanto aos personagens, os atores mais constantes em termos de grandes atuações arrebentam novamente: Ralph Finnes foi a escolha ideal para Voldemort ao captar a essência da maldade encontrada nesse bruxo, Helena Bonham Carter continua compondo uma Belatrix Lestrange psicótica e explosiva e Alan Rickman, mesmo pouco aparecendo na pele de Snape, aproveita cada segundo em cena para ilustrar o personagem mais bem construído da saga. E a trinca principal de personagens cresce à medida que a história pede, afinal até mesmo o alívio cômico de Rony é reduzido para dar vez as dores de um Harry inseguro, uma Hermione sofrida e um Rony angustiado.

Ao final da projeção tive a certeza de que o caminho, apesar de comprometido por decisões que se mostraram equivocadas nos outros filmes, agora está sendo bem guiado a um final coerente e digno dos milhares de fãs mundo afora ávidos por verem no cinema um universo do qual aprenderam a gostar e reverenciar. Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte I, como filme de aventura agrada e como adaptação capta tremandamente bem o clima e os detalhes do fim de uma jornada. E acima de tudo consegue dividir a trama num momento apropriado, preparando o terreno para o grande desfecho que está por vir.

Obs.: A animação inserida em dado momento da exibição é fantasticamente bem construída e se encaixa perfeitamente com a lógica das Relíquias da morte. Posso estar exagerando, mas guardando as devidas proporções e diferenças, me fez lembrar o anime de Kill Bill Volume I do Tarantino.

Nota: 8

Realmente nada mais importa!



Para aqueles que gostam de acompanhar séries, seja baixando pela Internet ou vendo pela televisão, Breaking Bad é uma pedida praticamente obrigatória. Essa produção recentemente terminou os seus episódios inéditos pelo canal a cabo AXN e iniciou as reprises desde a primeira temporada (vale lembrar que até a 2ª temporada já chegou ao Brasil) às terças 15 e 21 horas e aos domingos 11 horas. É impossível falar em Breaking Bad e não elogiá-la... e simplesmente não se tornar fã. Esse post deve, portanto, trazer um pouco de tantas qualidades.

Primeiro falemos da sua sinopse: o professor de Química Walter White tem um filho adolescente que sofre ed paralisia cerebral e uma esposa grávida. Quando ele descobre possuir um câncer de pulmão, sua vida se transforma radicalmente e passa a produzir e negociar metanfetamina com um ex-aluno Jesse Pinkman a fim de garantir uma estabilidade financeira para sua família depois que morrer. Essa proposta me atraiu e tive interesse em ver como seria amarrada essa trama, tendo boas expectativas. Não me arrependi.

O seu roteiro traz um inspirador retrato de como a vida corriqueira e extremamente banal de uma típica família de classe média pode sofrer uma reviravolta de grandes proporções dependendo de qual caminho se escolhe para seguir. Acima de tudo, Breaking Bad trata dos efeitos possíveis de ações impensadas ou até mesmo no caso de nosso personagem principal impensadas e também pouco usuais. E a própria expressão que dá nome à série já mostra a ideia chave da produção: uma gíria do sul dos EUA que siginifica desviar-se da direção certa e começar a fazer coisas erradas.

Dentro desse ponto, Walter White aparece como toda a representação de uma vida que por suas escolhas duvidosas caminhou para consequências ainda mais problemáticas. E para reforçar a caracterização de um personagem complexo desde o primeiro minuto que aparece em cena, está a impressionante atuação de Bryan Cranston, já coroada com prêmios no EMMY e no Globo de Ouro, transitando com extrema qualidade entre o sofrimento de sua condição médica e existencial, a completa dissimulação em enganar seus familiares e amigos, a falta de pudores a ponto de apelar para roubos e assassinatos e uma fúria passional, por vezes incontrolada, diante de tantos problemas. Como diz muito bem a abertura do seriado: "Nada mais importa"

Falar em Bryan Cranston e não mencionar os demais atores seria um tremendo erro. Todos eles, desde aqueles mais constantes desde os primeiros episódios como Anna Gunn vivendo Skyler a esposa de Walter, Aaron Paul vivendo Jesse Pinkman, o sócio nesse mundo das drogas e Dean Norris vivendo o cunhado de Walter e agente da DEA, assim como outros que aparecem no decorrer dos episódios, tem sua especial importância para o desenvolvimento da trama. A história, por sinal, consegue se manter bem organizada e com ótimos ganchos para novas situações durante todo o tempo.

Se a 1ª temporada possui um ritmo mais lento com o intuito de apresentar os personagens e toda a lógica da série (mesmo assim é impossível tecer qualquer comentário negativo), o final dessa temporada e a 2ª já se mostram mais alucinantes e frenéticos em termos de conflitos e momentos em que são sentidas as consequências de um estilo de vida "alternativo".

Esse é um breve panorama das 2 primeiras temporadas de Breaking Bad. Esperemos agora que o sucesso de crítica e público façam com que as próximas temporadas cheguem o mais depressa possível ao Brasil, e principalmente, garantam vida longa a Breaking Bad. Uma vida longa e próspera.

Alguém prenda essa bruxa!

Carlos Alberto, Valdivia, Maicossuel, Fred, Emerson, Renato, Gilberto, Paulo Henrique Ganso...a lista não termina rapidamente. Mas o que esses jogadores têm em comum? Todos eles são exemplos de atletas no Campeonato Brasileiro às voltas com lesões e dificuldades de se manter na melhor forma fisíca. Outras edições do torneio já apresentavam problemas médicos, mas definitivamente o ano de 2010 ficará marcado como aquele em que com mais frequência as equipes sofreram com desfalques para o departamento médico.

O Fluminense pode ser considerado um dos times que mais sofrem. Emerson, depois de ótimas atuações, se lesionou e ficou um longo tempo afastado até que quando tentou retornar, jogou pouco mais de 15 minutos contra o Botafogo e novamente se machucou e dessa vez sem previsão de volta; Fred passou a maior parte do ano no estaleiro e quando parecia estar de volta, também sentiu nova lesão, saiu e ainda por cima criticou abertamente o DM por uma suposta volta precipitada; Deco é outro que completa a lista de importantes baixas tricolores. Cruzeiro e Corinthians também se ressentem por seus desfalques como Gilberto, Dentinho e Jorge Henrique.

A situação física dos jogadores pode ser dividida em dois campos distintos: uma preparação física inadequada e sucessivas lesões algumas bem sérias. No primeiro caso, pode-se pensar na falta de tempo disponível para os clubes preparem as suas pré-temporadas, em virtude de do número extenso de partidas, ou ainda nos exemplos de jogadores que vindo ao Brasil de outros centros do futebol não possuem a devida capacitação técnica para suportar uma maratona de jogos. As dificuldades para entrar em forma de Renato do Flamengo e Valdivia do Palmeiras retratam bem esse panorama.

Também existem os casos de atletas convivendo com lesões muito graves, vide Paulo Henrique Ganso do Santos e Maicossuel do Botafogo que somente retornam em 2011, e outros atormentados por uma quantidade absurda de seguidas contusões num intervalo de tempo muito curto. Por que? Inúmeros jogos próximos de meio de semana e final de semana, a própria dinâmica do futebol, em que a exigência física em termos de preparação e recuperação só tende a aumentar exponencialmente e até mesmo a qualidade duvidosa de gramados de estádios como o Engenhão e o formato um tanto quanto prejudicial das chuteiras.

Soluções para essas questões ainda não foram atingidas, o problema é muito complexo. Uma sugestão que aparece, na qual devo dizer que concordo, é adaptar o calendário brasileiro ao europeu. Fazendo isso, seria possível não apenas conter a saída em grande escala dos nossos jogadores como também reduzir a quantidade quase inumana de partidas e todo o desgaste sofrido pelos atletas. Pode não ser suficiente, pode haver outras medidas a serem tomadas, mas de qualquer forma esse já pode ser um começo. Enquanto nada muda, ainda teremos que conviver com tantas ausências importantes, clubes enfraquecidos e um campeonato abaixo do que ele pode realmente ser.

Tropa de Elite 2


Filas intermináveis, dias e mais dias de sessões esgotadas, comentários por todas as esquinas e mesas de bares e um endeusamento do Capitão Nascimento. Como Tropa de Elite consegue tudo isso e mais um pouco? Além do fato de poder ser descrito por alguns, ou melhor por muitos, e eu me incluo nesse grupo, como o filme nacional mais importante dos últimos tempos. E escrever esse post significa olhar mais uma vez as inúmeras qualidades de uma obra... perfeita.

Passados vários anos do primeiro longa, esse segundo exemplar já em sua sinopse mostra uma evolução em termos de temática, ganhando proporções muito maiores e tendo pretensões muito mais ambiciosas: ao mesmo tempo em que enfrenta questões pessoais, o Capitão Nascimento precisa encarar um novo e mais complexo problema, a relação entre mílicias e política. Esse é todo o pontapé inicial para uma grande discussão que vai além da segurança pública e chega até a postura da sociedade diante do que se vê de mais inadmissível no governo.

Ver os minutos transcorrendo em Tropa de Elite 2 é ver como um projeto já bem sólido em sua versão anterior conseguiu amadurecer a sua narrativa, as suas propostas, sua parte técnica e como se concretiza temas tão densos e relevantes de forma convincente. Não se trata apenas de um retrato extremamente real da violência e da maneira como ela é veiculada, mas também criticar as práticas escusas e absurdas das milícias, do Estado, da polícia e da imprensa, expor uma realidade, que embora não seja nehuma novidade, choca ao ser vista na telona tão bem montada e sempre buscando incomodar o público, destacar um sistema corrupto cheio de teias e camadas e interesses e vantagens e estratégias e personagens ardilosos, trazer à tona discussões políticas da mais alta necessidade nas vésperas do segundo turno da eleição e realçar ainda mais um cenário deprimente, pessimista com uma coragem elogiável, afinal pontuar um momento clímax com a frase "A PM do Rio tem que acabar" não é pra qualquer um.

Outra discussão pertinente é a recepção junto ao grande público de André Mathias e principalmente do Capitão Nascimento enquanto heróis e nesse sentido a cena no restaurante é siginificativa por tocar nesse ponto. Seriam mesmo os indíviduos do BOPE uma solução para o problema de segurança do Rio de Janeiro ou uma consequência da escalada de violência ininterrupta que assola a Cidade Maravilhosa? Interpretem como quiserem, mas pensar no Capitão Nascimento como ou um herói ou um monstro é ignorar antes de mais nada um personagem extremamente humano por carregar dúvidas, tristezas, convicções e sentimentos das mais variadas naturezas.

E o roteiro escrito por Bráulio Mantovani, o mesmo cara de Cidade de Deus, explora todas essas possibilidades e muitas outras de modo riquíssimo, criando situações e conflitos da mais alta categoria e sempre com a intenção de puxar uma nova cena, uma nova ideia ou algum momento decisivo seja para levar adrenalina seja para levar reflexão para o filme. Trabalho impecável de conexão e coesão do todo, aliado a estupenda montagem.

Como não citar a maravilhosa direção de José Padilha, conferindo energia e tensão aos embates verbais ou adrenalina e empolgação em cenas de ação e uma narrativa interessante durante todo o tempo a partir de recursos muito bem empregados como a narrativa em off, o fantástico trabalho de edição de som e a fotografia mais difusa combinando perfeitamente com o tom da obra.

A lista de personagens/atores também está imune a críticas. Destaco três personagens apenas por uma questão de espaço, porque vários outros transbordam significados em suas atuações. O deputado Diogo Fraga vivido por Irandhir Santos numa combinação na medida certa da representação das questões morais do filme com a natural explosão passional a qual todos estamos sujeitos ao vivenciarmos tantas atrocidades; Russo vivido por Sandro Rocha numa composição típica de vilão cruel, truculento mas agregando múltiplas facetas; e, claro, Capitão Nascimento vivido por Wagner Moura, mais consciente do mundo que o cerca e representado por seu ator, num desempenho monumental e imponente, com ainda mais tormentos e complexidade do que no primeiro Tropa de Elite.

O que faz Tropa de Elite atrair tanto público e sucesso? Pode ser a excelente crítica social, o retrato documental de uma realidade muito próxima de todos nós, grandes atuações, cenas de ação muito bem feitas, chavões que serão exaustivamente repetidos (e esse não poderia ser diferente e vem aos montes como "Quer me fuder me beija", "Cada cachorro que lamba a sua caceta" e "Traz um café porque pão duro é foda"). Ou quem sabe tudo isso.

Nota: 10

Quem para essa seleção?


Uma medalha de ouro olímpica em Atenas 2004, oito títulos da Liga Mundial e três títulos do Campeonato Mundial. O balanço da era Bernardinho não poderia ser melhor e o último desses triunfos aconteceu no domingo dia 10 de outubro ao vencer na final Cuba por 3 sets 0 (25/22, 25/14 e 25/22) em Roma na Itália.

A caminhada brasileira, como já se viu em outras oportunidades, começou titubeante não conseguindo encaixar o seu melhor jogo e sofrendo duas derrotas, uma para Cuba e outra para a Bulgária (esse ultrapassando as questões técnicas será abordada mais a frente). De qualquer forma, o permanente bom nível da seleção a levou até a fases finais, onde aí sim precisaria render todo o seu potencial. E foi realmente o que se confirmou com as perfeitas atuações contra Itália na semi-final e na final contra Cuba. Especialmente no último jogo, o fator decisivo para a conquista, sem dúvida, foi a segurança saque-recepção-ataques responsável por abrir uma boa margem de pontos nos dois primeiros sets, quando o desequilíbrio foi maior e mesmo no terceiro set, em que passado o equilíbrio inicial o Brasil também conseguiu abir uma vontagem considerável que permitisse administrá-la até a vitória.

Nesses momentos decisivos vale, obviamente, ressaltar a excelente atuação do oposto Leandro Vissoto. Se nas fases anteriores, ele não esteve na sua melhor forma e tendo dificuldades em manter uma regularidade na virada de bola, nos confrontos contra Itália e Cuba Vissoto foi o grande destaque da equipe, sendo o maior pontuador em ambas as partidas. Méritos também para os desempenhos do levantador Bruninho e do meia de rede Rodrigão. Mesmo Dante e Murilo (este ganhador do prêmio de melhor jogador da competição pela sua regularidade e ótimas perfomances anteriores) não estando 100% tecnicamente em todos os fundamentos, o trabalho coletivo e, claro, as jornadas inspiradas de Leandro Vissoto compensaram tal fato.

Dado interessante foi a ausência de alguma seleção européia nessa decisão, situação bem rara nesses últimos campeonatos. Será o fortalecimento de seleções americanas como Cuba e EUA ( acredito que sua eliminação na 3ª fase pela Itália tenha sido uma zebra) e a manutenção do grande nível do Brasil ou uma crise das seleções européias? Embora ainda seja precoce formar uma tendência quanta a essa questão, julgo serem as duas opções bem plausíveis, chamando a atenção para o fato de que nenhuma seleção européia apresentou algo novo em seu jogo: Rússia e Polônia decepcionaram, a Sérvia chegou ao 3º lugar sem muito brilho e a Itália foi mais longe do que todos poderiam imaginar talvez muito mais pelo apoio da torcida.

Um único acontecimento pode, na minha opinião, machar essa brilhante campanha: entregar a partida contra a Bulgária. É verdade que o regulamento foi feito para beneficiar a seleção italiana e levá-la por um caminho mais fácil até as semi-finais. Também é verdade que esse favorecimento merecia um protesto, mas seria a derrota planejada para a Bulgária a melhor forma de protestar? Decididamente não. Protestasse antes do ínicio do torneio. Se por um lado o que foi feito para a Itália descumpria todos os valores morais e esportivos, o que foi feito pelo Brasil desrespeitava os torcedores e os valores éticos no esporte.

Apesar desse problema no jogo contra a Bulgária, o que deve ficar registrado é a campanha tecnicamente primorosa da nossa seleção e não um deslize esporádico, que deve ser bem compreendido para se evitar repetições. E por fim, a pergunta que abre esse post está ainda sem respotas. Sempre aparece algum candidato para derrubar a hegemonia brasileira no voleibol masculino, foi assim com a Sérvia, com Cuba e com a Rússia, mas nenhuma delas se manteve. Problema maior talvez seja os EUA, adversário recentemente mais complicado do Brasil que chegou a nos vencer nas últimas Olímpiadas, mas que ainda não conseguiu retirar o Brasil no topo do ranking. Torcemos, então, para que por muito tempo essa pergunta fique sem resposta.

Festival do Rio parte 1: MicMacs- Um Plano Complicado



O Festival de Cinema do Rio terminou nesse dia 7 de outubro. Durante suas 2 semanas de realização, ele ofereceu mais de 300 filmes de diversas temáticas e nacionalidades, porém, mesmo com tantas opções, só terminei vendo 3 películas. O motivo: tempo e dinheiro jogaram contra mim. Enfim, os próximos posts irão analisar essas 3 produções: o argentino Viúvas Sempre às Quintas e os franceses Of Gods and Men e MicMacs. E começaremos a análise por este último.

Primeiro aqui está a sinopse: Bazil é um músico de rua, que teve sua vida destroçada pelas armas quando sua casa foi explodida por uma mina, deixando-o orfão e sem teto e quando anos depois foi atingido por uma bala perdida no crânio, que o deixou à beira da morte. Após sair do hospital, é apresentado a um grupo de moradores de ferro-velho local, cada um deles detentor de uma habilidade própria, que com a ajuda deles, elabora um plano para destruir a indústria de armamentos responsável pelos tristes fatos da sua vida. Esse resumo poderia indicar um drama calcado nos efeitos dessas tragédias sobre a vida do protagonista, ou um longa de ação marcado por cenas de adrenalina, perseguição e afins..., mas na realidade o que predomina em MicMacs é a comédia (mesmo com essa sinopse).


E a comédia reside justamente no tal plano para destruir a indústria de armamentos. A reunião do grupo que ajuda Bazil, bem ao estilo da franquia 11 Onze Homens e Um Segredo, compõe-se como um verdadeiro freak show de personagens bizarros, tendo atitudes bizarras e entrando em situações bizarras. Para aqueles que gostam, assim como eu, de filmes nada convencionais recheado de personagens excêntricos vão se divertir e muito com esse ótimo exemplar do cinema francês.

Outros aspectos da obra precisam ser levantados além do divertido elenco, em especial do talentossísimo Dany Boon. Jean-Pierre Jeunet, mesmo diretor de O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, mantém no seu novo trabalho a direção ágil, uma montagem de grande eficiência, uma farta paleta de cores permeando uma direção de arte muito competente e toques de fantasia que podem beirar o exagero em alguns momentos, mas até assim partindo para um lado mais escrachado faz rir e convence.

Até mesmo podemos encontrar a abordagem de um tema sério e pesado como a indústria de armamentos feita de maneira leve e descontraída, tirando todo o peso melancólico que se poderia gerar ao tratar de tal questão. A crítica ao belicismo dos tempos atuais está lá, mas sem lançar mão de mensagens políticas e panfletárias.

Bem, se a pedida é por um cinema de qualidade, o que no caso julgo ser o francês o melhor na Europa, oferecendo bons e reais momentos de diversão (Hollywood poderia aprender um pouco aqui como fazer uma comédia escrachada sem apelar para o ridículo) e um cuidado técnico bem apurado deem uma chance para MicMacs. No começo, o estranhamento diante de tanta bizarrice vai ser normal, mas depois o que vai predominar será um ótimo entretenimento... incomum, mas um entretenimento bem feito.

Nota: 8

The Human Centipede


Crítico convidado: Daniel Schneider Bastos

Estava eu perambulando pela Internet, visando aqueles sites que constituem o seleto grupo de minhas leituras diárias, quando me deparo com um trailer de um filme com o peculiar nome de The Human Centipede, uma película que vinha sendo muito premiada em festivais de cinema europeus e parecia estar causando bastante rebuliço entre alguns cinéfilos de gosto duvidoso. Pelo nome imaginei se tratar de um filme pornográfico, ainda mais levando em conta que o filme era holandês. Quando o trailer acabou, precisei de alguns segundos para processar as imagens perturbadoras que havia acabado de presenciar. E jurei para mim mesmo que não descansaria até ver essa pérola.

Passados alguns meses após esse dia, eu finalmente me conformei como fato de que esse filme jamais passaria nos cinemas do Rio de Janeiro (apesar de ter passado no II Festival Internacional de Cinema Fantástico, em São Paulo), e que também não seria lançado em DVD no Brasil. Dessa forma, me lancei em uma rápida pesquisa por sites obscuros, e não tardei a encontrar The Human Centipede disponível para se assistir online. Antes de clicar no botão de play, hesitei por um instante e refleti se não seria melhor não ver o filme e mantê-lo como uma lenda em meu imaginário. O trailer que eu havia visto ficara tão marcado em minha mente que eu temia desmistificar o filme assistindo a obra. Mas se eu não tivesse reunido toda minha coragem para clicar no play, eu não estaria aqui agora para escrever essa resenha.

Se você está lendo esse texto até agora, deve estar se perguntando: afinal, o que é The Human Centipade? De fato, já estamos no terceiro parágrafo e já está na hora de começar a falar do filme. Comecemos pela sinopse: uma dupla de turistas estadonidenses está fazendo um tuor pela Europa, quando o pneu do carro delas estoura bem no meio do interior da Holanda. Procurando ajuda, elas vão até o que parece ser a única casa das redondezas. Lá dentro, encontram um cirurgião doentio que não hesita em dopá-las e levá-las para sua sala de cirurgias no porão, onde pretende transformá-las em uma espécie de centopéia humana (dã!), unindo-as pelas extremidades de seus sistemas digestivos. Se você matou as aulas de biologia da sexta série e não entendeu o que eu quis dizer, explicarei em termos leigos: o cirurgião pretende costurar a boca de uma no ânus da outra.

Após uma sinopse como essa, fica fácil entender porque eu fiquei tão empolgado com esse filme sem nem ao menos tê-lo visto. Esse provavelmente é o enredo mais bizarramente original da história do cinema. Entretanto, não basta uma boa (boa?) idéia para se fazer um bom filme (toma essa Shyamalan), e um filme que tinha tudo para ficar marcado no hall da fama dos filmes trash acaba sendo estragado por uma série de desleixos técnicos, que serão analisados nos próximos parágrafos.

The Human Centipede é um filme com poucos personagens e, por extensão com, com poucos atores. Basicamente, temos as duas turistas chamadas Jenny e Lindsay (interpretadas por Ashlynn Yennie e Ashley C. Williams, respectivamente), o cirurgião Joseph Heiter (Dieter Laser) e o japonês Katsuro (Akihiro Kitamura), que também irá participar do experimento como cobaia. O que esse punhado de atores tem em comum, além de serem ilustres desconhecidos? Eles são todos péssimos atores. São tão ruins que é impossível sentir compaixão pelas pobres vítimas do Dr. Heiter, ou muito menos sentir medo ou raiva do vilão do filme.

Entretanto, o pior não fica por parte do cast, e sim do diretor / roteirista / editor do filme, Tom Six. É verdade que o cara mandou bem quando pensou na idéia do enredo, mas na hora que foi o escrever o roteiro, bem (...), digamos que tem horas que eu cheguei a me perguntar se eu não estava vendo uma versão editada do filme, pois tem horas em que parece que estão faltando cenas, tamanha a má condução do andamento do filme. Isso para não falar nos diálogos, que de tão ruins e óbvios parecem àquelas gravações das aulas de inglês que passavam para a gente no ensino fundamental. A cena em que as duas moças são abordadas por um motorista na estrada tem falas tão ridículas que parece um filme de comédia. É verdade que quem vê um filme chamado The Human Centipade não pode esperar diálogos dignos de um Tarantino, mas nesse caso, eu até fiquei feliz pelo fato de os personagens passarem metade do filme com a boca no ânus do outro e pararem de falar.

Mas se Tom Six se mostra um péssimo roteirista, ele não fica atrás como diretor. Quem já viu a nova trilogia de Star Wars sabe como um diretor ruim é capaz de destruir um filme e desorientar bons atores como Natalie Portman e Ewan McGregor, e no caso de The Human Centipede, a direção consegue fazer os quatro piores atores do mundo parecerem ainda piores.

Podemos dividir o filme em dois momentos: um primeiro que mostra o Dr. Heiter reunindo suas vítimas e indo atrás de uma das turistas que tenta fugir da casa, e um segundo momento mais voltado para o “funcionamento” da centopéia. Qualquer um que se deu ao trabalho de ver ao trailer percebeu que o Dr. Heiter consegue de fato “montar” a sua criatura. Dessa forma, eu pensei que a primeira parte do filme seria extremamente angustiante, pois apesar dos esforços das protagonistas para escapar de sua sina terrível, todos saberíamos que tudo aquilo era inútil. Mas como eu disse anteriormente, as protagonistas são tão não-carismáticas que você acaba torcendo para elas se darem mal. Quanto á segunda parte, posso afirmar que consegue ser bem nojenta e repulsiva, mas sem recorrer à violência gratuita como é o caso das infindáveis continuações de Jogos Mortais, sendo este talvez o único mérito do filme.

O resultado de tantos problemas é que você passará mais tempo rindo dos diálogos ou das ridículas expressões faciais do Dr. Heiter que ficando tenso ou enojado, o que é uma coisa bem complicada para um filme que se propõe a ser de terror. Minhas conclusões são: primeiro, The Human Centipede é um tremendo desperdício para uma boa idéia e, segundo, não é preciso muito para ser premiado nesses festivais de cinema que rolam Europa afora.

Curiosidades:

- The Human Centipede é talvez o único filme trilíngue do mundo, com diálogos em inglês, holandês e japonês. Felizmente, o filme vem com legendas em inglês para essas duas últimas línguas, enquanto que as conversas em inglês são tão toscas que mesmo que nunca fez curso de língua estrangeira consegue entender.

- O diretor / editor / roteirista do filme já anunciou uma seqüência, contando com um orçamento maior (o primeiro filme custou “apenas” 1,5 milhões de euros), e dessa vez mostrando uma centopéia com doze pessoas. Aliás, ele diz que já tem idéias para uma terceira película. Não sei se isso é uma promessa ou uma ameaça.

- Uma paródia pornográfica do filme, intitulada The Human Sexipede, será lançada em Outubro de 2010. É, esse aí eu não vou ter coragem de assistir.



Edward Mãos de Tesoura



Tim Burton é um cara muito estranho...Quero dizer, não estranho do jeito óbvio que ele é, mas é muito bizarro ver a lista de filmes do diretor. Ele parece se dividir entre trabalhos totalmente autorais, que parecem que carregam sua assinatura em cada cena, e outros filmes que parecem meio que encomendados (algo do tipo: paguei a reforma da cozinha dirigindo Planeta dos Macacos). Mesmo que hoje seja muito questionado pelas suas produções mais recentes, é inegável que, no começo da carreira de Burton, uma coisa que não se podia criticar era a qualidade dos seus filmes. E não tem melhor exemplo que isso que Edward Mãos de Tesoura.

Particularmente, eu sempre achei muito complicado classificar essa que, para muitos, é a obra-prima de Tim Burton. Já ouvi e li chamarem o filme de “fábula gótica”, “fantasia com toques de terror” e até “crítica à sociedade norte-americana de classe média”. Acho que dizer que Edward... não é nada disso é exagero, talvez seja essas três coisas juntas e muito mais ou pode ser o que qualquer um quiser. Mas acho que, acima de tudo, nesse seu primeiro grande sucesso como diretor, o maluco despenteado consegue acertar todas as vezes.

A premissa não tem muita coisa de original. Temos o estranho que chega na cidade mais irritantemente normal e American Way of Life do subúrbio norte-americano. Lá ele começa deslocado, depois todo mundo se encanta com a esquisitice e por último é jogado fora e ignorado pelas mesmas pessoas que antes o colocaram no centro do mundo (nada mais clássico do ser humano). Nesse meio período ele encontra um grande amor, amigos e um inimigo pra enfrentar. Simples assim e melhor impossível.

Nesse meio temos personagens muito bem colocados e apresentados, mas nenhum que se iguale ao próprio Edward. Johnny Depp com certeza fez coisas incríveis depois, mas parece que ele despendeu um carinho especial na hora de criar o Mãos de Tesoura. Digo isso porque em nenhum momento coisas como as tesouras, as roupas ou a pele pálida cheia de cicatrizes chegam a se sobressair sobre a interpretação de Depp, essa sim o grande trunfo e diferencial do filme junto com todo o background do personagem que, apesar de não fornecer explicação nenhuma (a criação de um cientista maluco para ser o filho perfeito...porra Tim Burton!), o torna mais apaixonante ainda.

Se já nos seus primeiros curtas e longas metragens, Burton se diferenciava por uma direção artística e ambientação muito particulares, dessa vez ele atinge o equilíbrio que sustenta em seus filmes até hoje. É impossível pensar naquele estilo “gótico encontra a terra do pirulito” e não associar diretamente ao diretor, que conseguiu levar isso até para filmes mais comerciais como os dois Batman que dirigiu. Para quem gosta de estudar esse lado mais voltado para plástica e estética dos cenários e caracterizações, é muito legal ver toda a inspiração que Burton tira do expressionismo alemão (O Gabinete do Doutor Caligari, Nosferato e alguns outros).

Pros fãs de listas de “filmes obrigatórios”, Edward com certeza entra fácil, fácil em uma dessas. Antes do senhor Burton se empolgar e exagerar com os Alices da vida, as histórias e personagens bizarros e a palheta de cores infinita eram garantia de filmes excelentes. Viver do passado pode não ser a melhor coisa do mundo, mas com certeza pode te fazer esquecer algumas besteiras do presente.

Um novo Brasil



O Mundial masculino de Basquete disputado na Turquia chegou ao fim no último domingo, no dia 12 de setembro, com surpresas, decepções e confirmações como toda competição que se preze. Canadá e Porto Rico podem ser considerados as decepções pelas precoces eliminações na 1ª fase mesmo tendo boas equipes; Lituânia e Eslovênia foram boas surpresas, a primeira sendo convidada ganhou a medalha de bronze e a segunda eliminada nas quartas-de-final pela Turquia; e claro uma confirmação foi o título dos EUA, que embora não tendo levado sua seleção principal foi muito bem representada por um time jovem e de muita qualidade com destaque para Kevin Durant.

Mas, esse post vai se concentrar mais na campanha do Brasil. Antes do início do torneio a perspectiva não era das melhores: os últimos desempenhos brasileiros em Mundiais foram negativos com atuações abaixo da média e faz precisos 14 anos que o nosso país disputava pela última vez uma Olímpiada (Atlanta 1996). Contudo, sobretudo graças à chegada do técnico argentino Rubén Magnano, o trabalho melhorou e, pode-se dizer, que os resultados qualitativamente avançaram.

Vendo friamente o resultado não avançou tanto, afinal em outras edições do Mundial o Brasil já chegou às oitavas-de-final. Foram as atuações que mostram como o trabalho está se desenvolvendo. Nas duas primeiras partidas contra seleções mais fracas, Irã e Tunísia, não se construi uma vantagem compatível com a diferença entre as equipes; contra os EUA, a seleção apresentou um grande jogo e equilibrado, perdendo apenas por detalhes; contra a Eslovênia o apagão do segundo quarto prejudicou qualquer possibilidade de vitória; e contra a Croácia houve a melhor perfomance do time brasileiro, garantindo a classificação em terceiro lugar para a fase seguinte. As oitavas-de-final marcaram o confronto com a rival Argentina. Nesse jogo, a seleção brasileira até se esforçou para se superar e fez um jogo bem equilibrado, porém não conseguiu marcar o destaque argentino Scola e perdeu por 93 a 89.

Analisando coletivamente o Brasil, houve sensíveis evoluções: percebe-se agora um trabalho mais organizado de armação das jogadas e estratégias mais bem traçadas de ataque e defesa. Quanto as participações individuais dos jogadores, aparceu algumas irregularidades como os bons momentos de Thiago Splitter e Marcelinho Machado e principalmente nosso melhor jogador o Marcelinho Huertas, ao mesmo tempo que outros jogadores não mostraram todo o seu potencial como Leandrinho e Guliherme Giovannoni.

Colocando na balança as maiores virtudes e maiores defeitos da campanha brasileira, acredito que o saldo tenha sido positivo. O papel da seleção ainda não atingiu um patamar de grande desenvolvimento como é o caso da Argentina, mas as melhorias, que nos colocam num nível intermediário do basquete internacional, já existem. Deve-se agora continuar o projeto com o técnico argentino Rubén Magnano, porque esse já vem se mostrando ser o caminho certo a seguir. Um bom resultado já veio, falta dar continuidade a isso e traçar planos para desenvolvimentos ainda maiores com resultados dignos de um grande país como o nosso.

Uma boa oportunidade para elevar o trabalho de resgate do basquete brasileiro será o Pré-Olímpico que será disputado na Argentina. O título dos EUA nesse Mundial e sua consequente classificação para as Olímpiadas podem facilitar o caminho do Brasil na tentativa de voltar a disputar os Jogos Olímpicos, já que nossa seleção poderia ocupar uma das vagas disponíveis junto com a Argentina. A dificuldade seria outras seleções que poderiam ocupar essas vagas como Canadá, Porto Rico e República Dominicana. Bem teremos que esperar para conferir se a evolução do Brasil pode tornar ou não esse caminho de volta para as Olímpiadas mais fácil.

O Novo Midas de Hollywood



Podem me chamar de fã boy ou qualquer outra coisa, mas defendo a tese de que J.J. Abrams, atualmente, é o cara de Hollywood: tudo que ele faz dá certo. Ou melhor, sem cair em generalizações que levam a exageros acríticos, a maioria do que ele faz é de extrema qualidade porque todos nós estamos sujeitos a alguns erros e derrapadas. E este post é para aqueles que concordam com isso ou com quem precisa prestar mais atenção no sr. Abrams.

Antes de vender o meu peixe, um rápido quem é ele. Jeffrey Jacob Abrams nasceu em 27 de junho de 1966 em Nova York e criado em Los Angeles. É produtor de cinema e televisão, escritor, compositor e ator. Ele já fez muita coisa, como o roteiro de Armageddon e atuações em filmes como Diabolique, mas o que quero mesmo é selecionar cinco exemplos de como J.J. Abrams vem desenvolvendo ótimos projetos: no campo das séries Lost e Fringe e no cinema Star Trek, Cloverfield-Monstro e Missão Impossível 3.



Lost: Uma das melhores séries dos últimos tempos. Apesar de sofrer críticas dos fãs em relação ao seu desfecho (com as quais eu concordo em parte, afinal acho que o final merece apenas uma nota 6, passável mas sem louvores), a proposta que permeou as seis temporadas foi de uma originalidade e criatividade ímpar: mistérios incríveis, clima de suspense e tensão bem desenvolvidos, personagens muito bem construídos e interessante estrutura narrativa de continuidades da história, flashbacks e flashforwards. J.J. Abrams foi um dos criadores, escritores, produtor executivo e diretor.

Fringe: Contém elementos de Arquivo X e Lost. Embora sua audiência não seja das melhores, apresenta uma história cativante para os fãs da ficção cientifíca ou para aqueles que buscam boas histórias. Consegue discutir muito bem os limites entre ficção e realidade, apostando em casos que misturam a ciência e o sobrenatural, além de personagens de grande complexidade como Olivia Dunham e Dr. Walter Bishop. J.J. Abrams foi um dos criadores, escritores e o produtor executivo.


Star Trek: Retoma a clássica série de forma extremamente convincente, agradando tanto fãs de carteirinha como os leigos. Muito boa interação entre os personagens da tripulação, efeitos visuais de grande qualidade e combates dirigidos de maneira impecável. Recomeçar a história poderia ser um tiro no próprio pé, mas o modo como foi contada a trama deixa todos os espectadores empolgados e concentrados até a chegada dos créditos finais. J.J. Abrams dirigiu e produziu.


Cloverfield- Monstro: Não deve ser levado a sério como uma grande obra do cinema, complexo e cheio de significado, mas sim como uma forma de diversão e entretenimento pura. Para isso, a perspectiva de acompanhar os fatos a partir da camêra usada pelos protagonistas bem ao estilo As Bruxas de Blair é muito legal. Essa atitude deixa um forte clima de tensão e alguma dose de originalidade para se acompanhar um filme montro/destruição bem empolgante. J.J. Abrams produziu.


Missão Impossível 3: Depois do erro que foi Missão Impossível 2, o terceiro da franquia veio para trazer a trama de volta aos eixos. Boa conexão entre a ação e os momentos de maior tensão com aqueles de desenvolvimento da história e dos personagens. Embora alguns pontos do roteiro deixem a desejar, como o tosco final, vale a pena conferir um bom filme de espionagem. J.J Abrams foi um dos escritores e o diretor.


Outros trabalhos de J.J. Abrams não tive grande contato, mas pelo que se comentam Felicity e Seis Graus de Separação foram seus projetos mais fracos, críticas muito mais negativas e os menores índices de audiência e Alias foi o seu primeiro sucesso e boas receptividade entre o público e a crítica.

Fica aí então a homenagem a um dos maiores trabalhadores atualmente de Hollywood, seja dirgindo, escrevendo ou produzindo e a úlitma dica: o próximo projeto dele deve ser Super 8, o até então misterioso trabalho de poucas notícias que será produzido por Steven Spielberg. Confiram esse e as demais empreitadas do sr. Abrams tendo em mente que serão mais de 50% as chances de você gostar do que estiver vendo.

Star Trek


O termo reboot vem sendo muito utilizado nos últimos 5 anos para uma prática comum do cinemão de Hollywood. Quando um estúdio tem uma franquia e não sabe bem o que fazer com ela, quais são as opções? Tentar desenvolver melhor as ideias dos filmes já feitos, chamando gente competente para trabalhar na produção e direção? NOT! O mais comum mesmo é reiniciar o PC e começar tudo do zero, podendo abrir espaço pra coisas boas ou para verdadeiras bombas. Essa “política” já teve vários alvos: ícones do terror como Fred Kruger e Jason indo até o Batman são exemplos de fracassos e sucesso. Na ficção científica, se tem um reboot que merece uma salva de palmas em pé, esse é Star Trek.


O ano de 1966 marca uma momento histórico para a televisão e o gênero sci-fi. Quando a Série Clássica de Star Trek chegou às televisões norte-americanas, trouxe junto consigo coisas muito mais importantes do que efeitos especiais ridículos e maquiagem tosca. Afinal, em plenos anos de Guerra Fria, um programa que mostra personagens tão diferentes de tantas formas possíveis (temos russos, americanos, asiáticos, negros e alienígenas dividindo espaço na USS-Enterprise), não pode ser classificado como convencional. Começando a partir daí como um fracasso de público para depois virar cultuada, o que manteve a série viva foi uma fiel base de fãs que sustentou as três temporadas e outros seis filmes com Capitão Kirk e sua tripulação na sua missão de 5 anos indo até onde homem nenhum jamais esteve.

Depois vieram outras encarnações da série como A Nova Geração, Deep Space Nine, Voyagers e muitas outras, umas conquistando um maior sucesso e outras fracassando no objetivo de manter a longevidade da série. Chegamos assim nos anos 2000 com uma franquia praticamente morta, só sustentada mais uma vez por uma base de admiradores fiéis de histórias que já não atingiam o público atual. Tudo isso muda quando chega J.J. Abrams com um projeto para ressuscitar o nome Star Trek nos cinemas.


Com todas as pompas de superprodução, a proposta de revisitar os personagens clássicos, mas com mudanças significativas na maneira de tratar a mitologia da saga conseguiu agradar trekkers e não-trekkers (algo louvável diga-se de passagem).

O filme mostra o começo de Jim Kirk, Spock e McCoy na Frota Estelar a bordo da Enterprise. Porém, muito mais do que atualizar as histórias já contadas na televisão, o roteiro de Roberto Orci e Alex Kurtzman abre uma nova gama de possibilidades para a franquia. Como? Usando o recurso mais batido e eficiente que se poderia usar: viagem no tempo. O grande vilão do filme é o Capitão romulano Nero que teve seu planeta natal destruído e culpa os membros da USS por isso. Então o que ele faz? Volta no tempo (!) para pegar Kirk, Spock e cia. no momento que eles menos esperam (literalmente). Só que ao fazer isso o próprio Nero provoca alterações na linha temporal que criam toda uma nova realidade para os personagens do filme (para saber mais é só pesquisar por Teoria das Cordas no Google ou Wikipedia). Fazendo isso, Abrams se livrou da obrigação de ter que seguir perfeitamente toda a continuidade da Série Clássica, garantindo liberdade agora e nas sequências para contar histórias novas e independentes.

E apesar de algumas saídas muito fáceis e gratuitas no roteiro, todo o desenvolvimento do filme é excelente. Tanto aqueles que conhecem quanto os leigos vão adorar os protagonistas e a interação entre os principais membros da tripulação. Os efeitos especiais são um show a parte, dando para ver todo o esmero e cuidado na hora de criar a ambientação e as cenas de batalhas entre naves. Para os fãs fica só uma expectativa maior para ver o que a equipe de J.J. reservou para as continuações (com certeza não sou só eu que quer ver klingons em Star Trek 2 – também conhecidos como os espartanos do espaço).

Mesmo que esse post só seja uma desculpa para fazer um mini-especial sobre J.J. Abrams (ordens do chefe), fica mais do que recomendado, para os que ainda não tiveram chance ou interesse em assistir, esse retorno grandioso de Jornada nas Estrelas à fronteira final.

Os olhos que não dormem



O futuro é uma boa forma de expressarmos nosso estado de espírito. Pensar e imaginar o amanhã sempre foi o meio que encontramos para materializar os medos, expectativas e incertezas que vivemos no presente, não deixando também de ser um ideal que queremos alcançar ou um inferno que gostaríamos de evitar. Acima de tudo, eu acho que o futuro que escolhemos “prever” está nas nossas cabeças.

George Orwell pode não ter sido um oráculo de Delfos, mas o futuro que ele criou nos dizia muito mais sobre o seu presente do que se poderia esperar. 1984 é o ano e o título do livro onde se passa a história de Winston Smith. Num mundo onde o Socialismo está cada vez mais expandido e distorcido, a Oceânia (equivalente a nossa Inglaterra) existe sobre o controle total do Grande Irmão e de seu Partido. Winston não tem outra escolha senão ser mais uma das engrenagens dessa sociedade, onde pensar e sentir são os piores pecados que se pode cometer. Mas a sua história é a de alguém que silenciosamente luta contra esse terror e ele vai tentar recuperar sua vida e humanidade da maneira que puder, seja através de um caso de amor sem esperanças ou fazendo parte de uma revolução que talvez nem exista. Porém, não lhe resta muito além de esperança para fazer isso. Afinal existe um fato do qual não se pode escapar : “o Grande Irmão está de olho em você.”

É muito difícil pensar em 1984 sem notar o momento e por quem ele foi escrito. George Orwell foi testemunha participante de um momento em que as ideias em que ele acreditava sincera e intensamente estavam sendo completamente desvirtuadas. Como um socialista auto-proclamado dissidente, nada mais desesperador para ele do que ver suas crenças se manifestarem nos horrores do stalinismo e nas contradições do Partido Trabalhista Britânico. Projetando isso algumas décadas no futuro, no ano de 1984, temos uma mostra da grande desilusão do autor com o rumo de que sua época estava tomando.

Se a obra de Orwell é chamada de clássico moderno, não é por ser uma espécie de premonição na forma de livro. Mesmo sendo um trabalho de ficção, existe muita sensibilidade e honestidade da parte do autor, que nos diz muito sobre si mesmo através dos personagens e da narrativa. Além disso, só por ser um livro ainda tão fortemente vivo e presente na cultura de hoje demonstra que não somos completamente indiferentes aos medos e pensamentos do autor. Na verdade, dá até para dizer que compartilhamos alguns deles.

A maneira como a influência de 1984 ainda é sentida pode ser vista nos termos e expressões do livro que passaram a fazer parte, direta ou indiretamente, do dia-a-dia das pessoas. A ideia de duplipensamento (a contradição consciente) e o Grande Irmão (Big Brother) estão jogados no cotidiano das mais diversas formas: em reality shows, filmes, quadrinhos e conversas de bar. Não existe maior exemplo desse alcance do que no sucesso estrondoso do primeiro Matrix, que dentre muitas coisas se baseia muito nos conceitos de 1984, produzindo discussões e debates que só servem para provar o quanto o livro é atual e relevante.

Justamente por essa longevidade que o trabalho de Orwell pode tranquilamente (e com muitas recomendações) ser lido hoje ou amanhã. Se você quer uma excelente história, muito bem contada e construída, ou uma reflexão mais profunda sobre o tempo em que o autor viveu, o Grande Irmão te entrega essas duas coisas, sem nem precisar piscar.


1984, de George Orwell, pode ser encontrado em livrarias numa edição da Companhia das Letras. Esse texto foi baseado no posfácio de Thomas Pynchon, da mesma edição, para ser escrito.

And the EMMY goes to...



Enquanto eu assistia a entrega dos EMMY na noite de 29 de agosto, uma coisa não saía da minha cabeça: tentar acertar os vencedores nas principais categorias com meus palpites foi realmante uma decepção, pois meu aproveitamento de acertos foi bem fraco (10 chutes e 2 corretos). Resumindo, tentar prever o que acontecerá nessa premiação é uma tarefa e tanto.

Meus dois acertos foram com Bryan Cranston ganhando melhor ator em drama, o que foi bem merecido, pois assisto Breaking Bad e ele simplesmente dá um show. E também acertei Jane Lynch faturando melhor atriz coadjuvante em comédia.

As outras categorias vão indicando algumas possíveis tendências: Modern Family vem sendo muita elogiada e parece começar a criar uma certa era de dominação, como 30 Rock já fez, graças a suas estatuetas de roteiro para comédia, ator coadjuvante em comédia para Eric Stonestreet e série cômica. Outra dessa tendência seria o contínuo predomínio de Mad Men em categorias drámaticas, uma vez esse seriado levou melhor série dramático e roteiro drama.

No quesito de atuações femininas Archie Panjabi conseguiu superar concorrentes, teoricamente com mais chances de receber o prêmio como Elisabeth Moss de Mad Men e Rose Byrne de Damages, e levou melhor atriz drama. Kyra Sedgwick pode ter sido uma das surpresas dessa edição ao bater Julianna Margulies de The Good Wife e Glenn Close de Damages. E Edie Falco fez história ao ganhar melhor atriz comédia, a primeira mulher a faturar prêmios de atuação em drama e comédia.

No genêro masculino tivemos algumas, de certa maneira, surpresas. Aaron Paul de Breaking Bad, muito bem por sinal, desbancou titãs dos seriados como Terry O' Quinn e Michael Emerson de Lost. Talvez a maior surpresa foi Jim Parsons de The Big Bang Theory ter sido anunciado melhor ator de comédia no lugar de Steve Carrel e principalmente de Alec Baldwin. Surpresa agradáveis, diga-se de passagem.

O que também merece destaque é o que parece ser a crise de 30 Rock. Nenhum prêmio conquistado durante a cerimônia e para piorar baixos índices de audiência e a possibilidade cada vez mais iminente de cancelamento. Pode ser o resultado de uma série que nunca caiu nas graças do povo e só se mantinha pela boa receptividade da crítica. Parece que até esta última está chegando ao fim.

O ponto negativo da apresentação parece estar sendo consenso: o formato da cerimônia não agradou, assim como o Oscar e o Globo de Ouro dos últimos anos. Ritmo lento e piadas sem graça dão o tom ininterruptamente. Para aqueles que esperam espetáculo, resta apenas a necessidade dos fãs de saber se suas séries preferidas conseguirão ganhar alguma coisa.

Domingo 29 de agosto=EMMY 2010




No domingo dia 29 de agosto ocorrerá a entrega dos prêmios do EMMY 2010 para as melhores séries da TV norte-americana. A transmissão será feita pelos canais a cabo AXN e SONY a partir das 20 horas.

Vamos agora analisar algumas das principais categorias e até dar alguns palpites, mesmo que toda de melhores do ano não seja uma unanimidade (por exemplo, Fringe merecia algumas indicações).

Série Dramática:
Lost, Breaking Bad, Dexter, Mad Men, True Blood e The Good Wife

É interessante essa homenagem a última temporada de Lost, mas acredito que a favorita e potencial vencedora é a queridinha da crítica Mad Men, embora a minha torcida vai para a excelente Breaking Bad.

Série de Comédia
Modern Family, Glee, Curb your Enthusiasm, Nurse Jackie, 30 rock e The Office

Acho que a disputa maior está entre a antiga queridinha 30 rock e talvez a atual queridinha Glee (o Globo de Ouro pode ter dado a entender que ela começará a ganhar prêmios). Mas não se pode esquecer Curb your Enthusiasm de Larry David e The Office de Steve Carell.

Atriz-Drama:
Julianna Margulies (The Good Wife), Mariska Hargitay (Law & Order: SVU), Glenn Close (Damages), Kyra Sedgwick (The Closer), January Jones (Mad Men) e Connie Britton (Friday Night Ligths)

Glenn já conquistou duas estatuetas em 2008 e 2009 e não deve levar novamente, Mariska Hargitay já ganhou uma em 2006, então resta as novatas January Jones e Connie Britton e as mais experientes Kyra Sedgwick e Juliana Margulies, sendo que pra mim esta última deve levar.

Ator-Drama
Jon Hamm (Mad Men), Kyle Chandler (Friday Night Lights), Bryan Cranston (Breaking Bad), Hugh Laurie (House), Michael C. Hall (Dexter) e Matthew Fox (Lost)

Embora Matthew Fox tenha ido bem na 6ª temporada de Lost e tenha sido lembrado, não aacho que vá vencer. Outros grandes atores serão apenas coadjuvantes, Michael C. Hall e Hugh Laurie, para a disputa maior entre Jon Hamm e Bryan Cranston. Torço para este último ganhar.

Atriz-Comédia
Lea Michele (Glee), Tina Fey (30 Rock), Toni Collette (The United States of Tara), Edie Falco (Nurse Jackie), Amy Poehler (Parks and Recreation) e Julia Louis-Dreyfus (The New Adventures of Old Christine)

Acredito que a onda chamada Glee não conseguirá faturar esse prêmio. Então a dúvida fica entre Tina Fey já premiada e Toni Collette a última vencedora. Parece que atriz de O Sexto Sentido e Pequena Miss Sunshine continuará como a vencedora.

Ator-Comédia
Larry David (Curb your Enthusiasm), Alec Baldwin (30 Rock), Matthew Morrison (Glee), Steve Carell (The Office), Jim Parsons (The Big Bang Theory) e Tony Shalhoub (Monk)

Nomes de peso na comédia têm poucas chances como Larry David, Tony Shalhoub e Steve Carell. A menos que Matthew Morrison e a emergente Glee sejam uma grande surpresa do EMMY, Alec Baldwin deve abocanhar seu terceiro prêmio consecutivo.

Em outras categorias como Atriz Coadjuvante de Drama há muita disputa e eu aposto Elisabeth Moss de Mad Men; para Ator Coadjuavante de Drama, Terry O´Quinn de Lost; para Atriz Coadjuvante de Comédia, Jane Lynch de Glee; e para Ator Coadjuvante de Comédia, Jon Cryer de Two and a Half Man).

"O Pelé do MMA"


Hoje decidi escrever o primeiro post sobre lutas e resolvi homenagear o maior campeão de MMA que o Brasil já produziu: Anderson "The Spider" Silva.


Anderson chegou ao UFC em 2006 e desde então não perdeu, sendo o único campeão invicto até agora. Sua primeira luta foi no UFC Fight Night contra o problemático Chris Leben e Anderson o nocauteou com extrema facilidade. Essa vitória o rendeu uma luta por cinturão contra o popular campeão dos médios Rich "Ace" Frankilin e novamente o derrotou inapelavelmente, uma verdadeira surra. Naquele momento, Anderson era o novo campeão dos médios do UFC.


Em sua trajetória defendo o cinturão, houve as vitórias devastadoras sobre Nate Manquartd, Rich Frankilin de novo, finalizações sobre Dan Henderson (unificando o cinturão do UFC e do PRIDE) e Travis Luter, além da vitória por pontos sobre um covarde Thales Leites. Mas três lutas merecem destaque: contra Damiem Maia, Chael Sonnen, e Forrest Griffin (apesar de não ter valido cinturão). Mas agora vamos por ordem cronológica.


No UFC 101 Anderson enfrentou o ex-campeão dos meio pesados Forrest Griffin em uma luta catchweight (em que dois lutadores de categorias diferentes lutam em um peso intermediário). Todos esperavam três rounds de pura trocação, porém não foi bem o aconteceu, e sim, uma verdadeira humilhação de Anderson sobre o valente e ótimo lutador Forrest Griffin (que cá entre nós só pega pedreira). Anderson bateu tanto que depois de levar outro Knockdown, Forrest praticamente pediu para parar. Um verdadeiro show do brasileiro.


Posteriormente, no UFC 112 o campeão enfrentou um especialista em jiu-jitsu: Damien Maia, substituindo o também brasileiro Vitor Belfort que machucou o ombro. Damien no pré-luta falou coisas que desagradaram o campeão, que entrou no octógono com a intenção de humilhá-lo. E durante três rounds o campeão o fez, misturando brincadeiras com golpes poderosos, Anderson desestabilizou completamente Damien. Mas a partir do quarto round ele continuou com a brincadeira, só que se esqueceu de lutar, chegando ao ponto de ser advertido pelo árbitro. No fim da luta Anderson pediu desculpas pelo comportamento.


Por fim o UFC 117 e com certeza o maior teste para o campeão: o falastrão Chael Sonnen. Chael sem dúvida exagerou e muito nas palavras para promover a luta, dizendo que ia humilhar e até aposentar Anderson. E por mais de quatro rounds e para surpresa do mundo Chael humilhou Anderson, derrubando-o facilmente e castigando no ground and pound, dominando completamente no chão ao ponto de dar "telefones" no campeão.

Já na metade do quinto round quando todos (inclusive eu) estavam pensando que estavam assistindo a maior zebra do UFC ( maior até que a vitória de Matt Serra sobre GSP) em um descuido de Chael Sonnen, Anderson conseguiu encaixar um triângulo e finalizá-lo, demonstrando ao mundo que tem coração de campeão, e assim manter o cinturão do UFC.



Anderson tem 7 defesas de cinturão, recorde do UFC. Então para terminar cabe a frase do comentarista do Premiere Combate Luciano Andrade e título deste post: “Anderson Silva é o Pelé do MMA”.


 
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