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A Lenda de Aang


Hoje é muito difícil encontrar séries de animação que estejam realmente dispostas a contar uma história com começo, meio e fim, fazendo isso da melhor maneira possível. Especialmente para produções dos EUA e Canadá, o que mais se vê são aqueles programas que se prendem sempre às mesmas fórmulas e personagens para trabalharem num espaço bem delimitado e não existe melhor exemplo disso do que Os Simpsons, que tem a única bebê de vinte e dois anos da história.

Particularmente, não acho isso nem um pouco ruim, até porque ainda assisto Bob Esponja e rio do mesmo jeito que fazia com doze anos (se bem que isso pode só querer dizer que eu tenho a idade mental de uma criança de cinco anos). Mas eu sempre adorei a ideia de uma história que evolui e cresce junto com os personagens, que te dê certeza de que quer chegar em algum lugar. Dá pra dizer com consciência limpa que Avatar: A Lenda de Aang não decepciona em nenhum desses pontos.

A animação foi exibida na Nickeloadeon e TV Globo, contando com três temporadas (ou livros: água, terra e fogo) que mostravam aquele enredo clássico da “Jornada do Herói”, ou seja: o protagonista que precisa passar por um caminho inteiro de crescimento e superação para atingir um objetivo. No seriado temos o Avatar, o ser responsável por manter o equilíbrio do mundo (dividido entre quatro povos: tribo da água, nação do fogo, reino da terra e monges do ar), renascendo de diferentes maneiras sempre que a estabilidade dos quatro elementos estiver em risco.

Nesse universo o que trás estabilidade e ao mesmo tempo caos é um tipo específico de poder que certos indivíduos possuem: a dobra, que garante controlar os elementos que dividem esse mundo em quatro. Essa habilidade encaixa diversos estilos de artes marciais com a manipulação desses elementos para serem utilizados em guerras e combates. O Avatar é o único capaz de dominar todos os quatro tipos de dobra.

Na série, a nação do fogo, comandada pelo Senhor do Fogo Ozái, quer destruir o equilíbrio entre os outros três povos, se tornando a única e absoluta. E é dever do Avatar, o monge do ar Aang nessa encarnação, impedir a todo custo que isso aconteça evitando o fim do mundo.

Mesmo com uma trama principal que se baseia completamente em Aang, o que não faltam são personagens tão ou até mais interessantes que o próprio Avatar e que, de uma forma ou de outra, vão acompanhá-lo e ajudá-lo na sua caminhada. Os que mais merecem destaques são a dobradora de água Katara e seu irmão Sokka, presentes do começo ao fim da série; a mestra de dominação de terra Toph, a mais pouco convencional de todos, com certeza (sendo cega ela consegue dobrar terra melhor que ninguém por possuir uma espécie de radar mega sensível que capta vibrações – quase um Demolidor); e Zuko, o príncipe exilado da nação do fogo, que tem uma jornada própria e, ao mesmo tempo, muito ligada à de Aang.

A maneira como esses e muitos outros personagens incríveis (como a irmã e o tio de Zuko) são colocados não atrapalha no desenvolvimento da história, muito pelo contrário, os coadjuvantes estão lá pra funcionar a favor do andamento dos episódios e temporadas, nunca parecendo gratuitos ou desnecessários.

Avatar também é carregado de referências um pouco menos óbvias. Apesar da ação e do humor serem os principais pontos da série, pesquisando e olhando com mais atenção dá pra ver que o seriado é muito mais inspirado em conceitos religiosos e filosóficos do que qualquer outra coisa. A ideia de um ser tanto material quanto espiritual que reencarna de tempos em tempos para combater o mal, por exemplo, é um dos grandes pontos da mitologia budista (Buda seria um Avatar) e hindu (quem se interessar por isso só precisa pesquisar pelo nome Vixnu na internet). Tem momentos em que isso fica claro como quando é mostr

ado como é o processo para descobrir quem é a nova encarnação do Avatar, idêntico ao que se faz com o Dalai Lama. Um episódio inteiro da segunda temporada é recheado de explicações sobre o conceito de chakra, meditação e controle espiritual.

Esses exemplos servem para mostrar que a produção da série estava preocupada em fazer algo divertido e com conteúdo ao mesmo tempo, um cuidado raríssimo de se ver hoje em qualquer mídia.

Só resta então a recomendação máxima para quem se interessar pelo programa. Se você está excitante em correr atrás, faça isso sem medo porque vale muito à pena dar essa chance. Mesmo com uma produção para cinema que não tenha atingido nenhuma das expectativas, a animação ainda está aí como uma referência muito melhor, e eu penso que três temporadas podem contar muito mais e melhor do que duas horas de filme.

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