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O melhor filme do ano (até agora, claro!)



Christopher Nolan é um diretor interessado por temas ligados aos aspectos mais introspectivos do Homem e quais as suas consequências sobre a alma humana, desde o sentimento de vingança em Amnésia, a tragédia pessoal em Batman Begins, os questionamentos do heroísmo em Batman Cavaleiro das Trevas, as rivalidades pessoais e profissionais de O Grande Truque, até mais recentemente o inconsciente deste A Origem. Em cada um desses filmes, Nolan foi evoluindo (menor destaque para Insônia, para mim, sua obra menos inspirada) ao ponto de fazer a sua obra-prima com essa aventura de ficção científica.

A Origem, estreia de sexta-feira dia 06 de agosto nos cinemas brasileiros, conta a história de um grupo de ladrões liderados por Dom Cobb (Leonardo Di Caprio) capaz de penetrar os sonhos das pessoas para roubar informações de seus subconscientes. Esse grupo recebe, então, uma proposta inédita de trabalho: implantar uma ideia na mente de um grande empresário. Porém, essa tarefa leva a uma série de ameaças que podem colocar em risco a vida desses ladrões.

A sinopse pode não revelar, mas essa produção passa por vários gêneros do cinema: dá pra ver lá excelentes sequências de ação, bem dirgidas e coreografadas por Nolan; uma atmosfera de suspense que aos poucos vai liberando revelações e informações importantes sobre os mecanismos para se roubar ou implantar uma ideia e sobre os personagens, principalemte Dom Cobb; e o sub-gênero dos filmes de assalto com todo o planejamento para se reunir o ladrões e definir as estratégias do roubo; e claro a ficção científica abordando temas complexos e interessantes de forma bem trabalhada como a possibilidade de moldar e incorporar elementos externos aos sonhos. Vale destacar e elogiar que esses temas ligados ao campo da ficção são ajudados por efeitos visuais impressionantes empregados em momentos úteis para a narrativa, que conseguem dar coerência a um universo fantasioso.

Esse breve resumo da obra indica uma proposta diferente, original e criativa. A temática de sonhos, subconscientes, diversas realidades e a confusão entre o que é real e não mostra uma grande complexidade e exige atenção constante dos espectadores, mas a partir do momento que se consegue compreender as várias camadas de realidade e a transição que se faz entre elas, percebe-se toda a qualidade do filme e a competência de Nolan e de toda a sua equipe em superar as dificuldades geradas por todos os detalhes do projeto. Ponto para o diretor que acredita na inteligência da sua plateia e, graças a isso, evita um didatismo exagerado com explicações ininterruptas e aposta na capacidade do público de montar a progressão lógica do filme.

Outro ponto positivo é a força dramática. O roteiro é tão bem produzido que vemos a trama principal da invasão ao sonho criando uma empolgação própria por gerar sequências brilhantes e expectativas e tensões frequentes e a trama secundária enfocando a vida de Dom Cobb que começa discreta, vai crescendo gradativamente, ganha grande importância e se mistura à trama principal. Ao final, temos a construção de uma história repleta de detalhes, possibilidades, interpretações e ambiguidades (prestem atenção à sensacional cena final).

O elenco também foi bem escolhido: Ellen Page é uma das melhores atrizes da nova geração e sua participação é muito importante no filme, Joseph Gordon-Levitt atua com descrição, mas mostrando uma força e uma capacidade de ação fundamental para a realização do trabalho, Marion Cottilard desempenha uma femme fatale com uma tremenda importância para a trama, Ken Watanabe também mostra uma boa regularidade de atuações, Tom Hardy surpreende, por não ser conhecido do grande público, com competência e segurança e Michael Caine em duas rápidas aparições.

Não pensem duas vezes para ir assistir A Origem. Desfrutem os momentos empolgantes que o filme traz, concentrem-se nas passagens de realidades, abram a mente para o fantasioso mundo dos sonhos, ou seja, entrem no universo de Chris e vocês terão a mesma reação que eu tive ao sair da sala de cinema: voltar para a fila para comprar o ingresso para a próxima sessão de A Origem.

Nota: 10

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