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Cinema- Crítica

Mitologia meia-boca

Existem filmes que conseguem fazer você se surpreender com o seu próprio nível de paciência.

Tudo começa com o trailer (a coisa mais pouco confiável do universo), bem legal, efeitos ótimos, uma musiquinha épica tocando no fundo e o Kraken para fechar. Até aí excelente, tem a espera, a expectativa, um atraso de alguns meses para uma conversão para 3 D (muito criticável por sinal). No fim tem a estreia com milhares de críticas negativas e desanimadoras, mas você ainda está lá, insistindo. Você paga a entrada no cinema e espera o filme começar, com esperança, mas sem expectativa.

Qual o veredito? Ainda bem que eu estava sem expectativa mesmo. “Fúria de Titãs”(Clash of the Titans no original), remake do clássico dos anos oitenta produzido pelo mestre dos efeitos especiais Ray Harryhausen é um chato que não te faz em nenhum momento querer ficar olhando mais do que dez minutos para a tela.

A história é simples e segue bem a linha do gênero épico com espadas e sandálias: temos Perseu (Sam Worthington) buscando vingança contra os deuses após sua família ter sido morta quando a fúria de Hades recaía sobre os solgados de Argos que ofenderam a imagem de Zeus. O plot com certeza não é dos mais originais, mas um roteiro razoável no mínimo conseguiria fazer algo decente e interessante com isso. Pois é, nem isso acontece.

É chato ver que a refilmagem de um filme tão querido por muita gente tenha se resumido a personagem mal construídos, atuações péssimas, cenas de ação que não fazem valer o ingresso e um 3 D que atrapalha muito mais do que ajuda.

E por falar em atuação, o que não dizer dos atores? Sinceramente não sei como Sam Worthington passou no teste de elenco. Ele tem dois tipos de expressões faciais o filme inteiro: aquelas indefinidas quando você não sabe se ele está bem, mal ou precisando de um abraço; e as caretas bizarras que ele faz quando tenta parecer zangado ou triste. Liam Neeson e Ralph Fienes (Zeus e Hades, respectivamente), são os maiores destaques do elenco e tristemente mal aproveitados, aparecendo pouco e sem brilho nenhum, dois desperdícios dentre muitos outros. Quanto ao resto dos personagens, nem tem o que dizer porque eu não me lembro de nenhum deles. Sério, as pessoas vão morrendo e isso não tem importância, ninguém vai ligar para eles. Perseu deve ter tido uns 500 companheiros de viagem nesse filme, todos chegando e saindo tão rápido que não se vê ou entende nada direito.

As cenas de ação resumem tanto a qualidade do filme que para mim me pareceu mais legal ficar mexendo no celular ou conversando com quem estava do meu lado do que prestar atenção nos diálogos sem propósito ou nos dramas de novela das 8:00. No quesito monstros gigantes realmente ninguém poupou esforços: escorpiões gigantes, cobras gigantes (medusa de arco e flecha usando top?), tartarugas gigantes (o Kraken interpretava melhor que o Sam Wortihngton). E a trupe feliz de Perseu vai passando por esses bichos como uma party de RPG, upando levels para poder pegar um animal cada vez maior.

Infelizmente esse “Fúria de Titãs” não honrou o original em hipótese alguma. Chato que a temporada de blockbusters não emplaque filmes que saibam dosar qualidade de roteiro com quantidades de CGI, aí temos que ficar só com casos raros como “Homem de Ferro 2” para poder ter diversão descompromissada que não nos trate como crianças de 2 anos.

Nota: 3

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