Esportes

Seleção Burocrática + Família Dunga= Brasil 2010

Na última terça-feira, dia 11/05, foi divulgada a lista de 23 jogadores que irão representar o Brasil na Copa do Mundo da África neste ano. Contudo, as escolhas do técnico Dunga foram seriamente questionadas.

Em primeiro lugar, a convocação foi de certa forma burocrática. Temos, é verdade, um time titular extremamente competitivo com resultados importantes (títulos da Copa da América e Copa das Confederações, por exemplo), mas um banco de reservas que não oferece um plano B consistente caso a equipe não esteja bem. E a principal preocupação reside, especificamente, no substituto de Kaká (Júlio Baptista ou qualquer outro jogador faz cair a criatividade e habilidade do meio de campo).

Quanto a essa situação, Ronaldinho Gaúcho poderia ter sido uma alternativa mais talentosa para a criação das jogadas. Já quanto ao clamor popular por Paulo Henrique Ganso e Neymar, acredito que seria incoerente e arriscado levar esses dois jogadores para a Copa sem um teste anterior (e se esses dois atletas sentissem o nervosismo ou se a seleção não se adaptasse a uma mudança de estilo).

Também se criticou a presença de alguns jogadores como Doni, Júlio Baptista e Felipe Melo. Todos eles não vivem um bom momento, porém de acordo com a concepção de trabalho de Dunga, baseada no comprometimento e na coerência, deveriam ser convocados, uma vez que todos esses jogadores deram uma resposta positiva ao técnico da Seleção Brasileira.

Outras características da convocação podem ser levantadas: uma lista, em sua grande maioria, previsível com algumas poucas surpresas: Kleberson, mesmo não jogando bem pelo Flamengo esse ano; Gomes, sendo lembrado depois de muito tempo sem ser chamado para outros jogos; Grafite como substituto de Adriano, uma vez que eu esperava mais Diego Tardelli. E também é uma das poucas listas da história da Seleção Brasileira em que o sistema defensivo passa por um melhor momento, graças, principalmente, aos desempenhos de Júlio Cesar, Maicon e Lúcio.

Apesar de todas essas críticas, podemos esperar um Brasil forte na África do Sul, com uma postura oposta àquela de 2006 e disposto a quebrar tabus. Sempre que a seleção canarinho esteve sob desconfiança, com resultados ruins obteve o título mundial (2002, por exemplo) e sempre que era grande favorita, com resultados de destaque fracassava (2006, por exemplo). Vamos torcer que isso não se confirme.